Pelo terceiro ano consecutivo, a pesquisa realizada pelo Infojobs, HR Tech que desenvolve soluções para RH, traça as vivências enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho mostrou que encontrar oportunidade (27%) e reconhecimento ou crescimento profissional (26%) estão entre os principais desafios enfrentados diariamente por elas. Neste cenário, 77% acredita que homens têm mais chances, assim como 88% crê que que existe desigualdade salarial – 54% delas já exercem a mesma função que um colega, porém ganhando menos.
“Quando aprofundamos os números da pesquisa e comparamos com edições anteriores, enxergamos percepções que se repetem, como é o caso da credibilidade profissional. Tanto em 2023, quanto em 2024, há um sentimento de 69% das participantes de que apenas por serem mulheres, não estavam aptas o suficiente para exercer determinada função. E vamos além: 71% ainda enxergam que perderam a oportunidades apenas por serem mulheres. Na verdade, apenas 13% afirmam nunca terem enfrentado grandes obstáculos”, analisa Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.
A situação se inicia no processo seletivo, aponta o estudo, já 58% delas passaram por situações invasivas ou subjetivas, onde o foco não era somente a competência profissional. “Algo muito comum de ser perguntado durante as entrevistas é a questão da maternidade. Porque não perguntam também para os pais sobre paternidade? Perguntam sobre rede de apoio, necessidades da criança e nada disso é pertinente de fato no momento da contratação. Na verdade, pode até afastar a candidata ideal, pois a cultura da empresa também é refletida durante as entrevistas, e as pessoas estão dando cada vez mais valor para trabalhar em ambientes justos e saudáveis”, explica Ana.
O mercado de trabalho
Quando falamos em lideranças, 42% das participantes nunca trabalharam respondendo a uma alta gestão feminina. Em contrapartida, 40% das entrevistadas dizem que já trabalharam em uma empresa onde a quantidade de mulheres na liderança era maior do que a de homens. Em comparação com o levantamento divulgado pelo Infojobs em 2023, o índice deste ano registrou um crescimento de 4 pontos percentuais, o que aponta mudanças positivas para o mercado. Nesse cenário, 47% afirmam que ao menos uma dessas mulheres na liderança era negra.
Sobre diversidade, 62% das entrevistadas afirmam que não trabalham atualmente ou não trabalharam em algum momento da carreira com uma mulher trans, revelando mais um alerta.
“A desigualdade é uma realidade, mas devemos lutar e agir como agentes da transformação, apoiando mulheres, instigando as empresas e até mesmo criando programas específicos de desenvolvimento para profissionais mulheres, na liderança ou não.
Vale lembrar que a pesquisa mostrou que, durante a jornada profissional, 70% já se sentiram ou se sentem mais apoiadas e/ou motivadas por outras mulheres do que por homens. Aqui, além do RH estabelecer programas de mentoria entre mulheres, realizar workshops e palestras sobre empoderamento feminino e criar grupos de apoio e networking, é necessário de implementar políticas de inclusão e igualdade de oportunidades e, com uma porcentagem alta assim, conscientizar os homens sobre o cenário atual das mulheres no mercado de trabalho”.
Assédio ainda é um problema
Durante o trabalho, 65% das entrevistadas afirmam que já sofreram assédio ou preconceito durante suas experiências profissionais. Destas, 65% das participantes relataram que a abordagem partiu de superiores e 17% de parceiros de trabalho.
Nessa situação, a maior parte das participantes (45%) teve receio de reportar e omitiu a situação, 23% se posicionou no mesmo momento e 16% pediu demissão. Somente 5% comunicou ao RH.
“É preocupante pensar que preferiram pedir demissão a reportar ao RH a situação, mostrando a importância mais uma vez da cultura de reforçar uma cultura igualitária e justa dentro das empresas. Para ajudar a diminuir casos como estes, a indicação é, além da conscientização das pessoas, a criação de canais de denúncias anônimas, já que isso diminui a chance de represálias por parte do assediador e protege a vítima”, afirma a CEO do Infojobs.
Para a executiva, ao longo dos anos, muitas cenas se repetem, mas temos um cenário de evolução, ainda lenta, mas uma evolução e a chegada de novas leis. “No Brasil, atualmente, empresas de médio e grande porte devem possuir política de prevenção ao assédio sexual e outras formas de violência no local de trabalho. As que não têm, correm o risco de serem denunciadas ao Ministério Público do Trabalho ou multadas. Mas mesmo assim, o que refletiu na pesquisa mostrou que ainda há muito espaço para ganhar efetividade no que está sendo feito. É preciso um olhar atento para as necessidades coletivas e individuais, principalmente em situações que envolvem crimes, e é claro, motivar as mulheres a se posicionarem, garantindo que seus direitos sejam atendidos”, conclui.
AMOSTRA
Pesquisa realizada pelo Infojobs entre fevereiro e março de 2024, com a participação de 742 pessoas que se identificam com o gênero feminino, de 18 a 60 anos.
Sobre o Infojobs
Com mais de 55 milhões de perfis cadastrados e 35 milhões de visitas ao mês, o Infojobs é a HR Tech líder no Brasil e há 19 anos desenvolve soluções de tecnologia para o RH das empresas. Além da plataforma de oportunidades profissionais com cadastro de currículos gratuitos e busca de talentos, a empresa oferece soluções integradas com o Pandapé, software de RH que organiza e agiliza a gestão completa dos processos de recursos humanos (da atração ao recrutamento, admissão digital, e gestão de talentos), com ferramentas de tecnologia avançadas e completas. De acordo com a pesquisa Kantar Ibope, o Infojobs foi a marca mais lembrada pelos candidatos em 2022 e 2023, e de acordo com o Grupo Top RH foi reconhecida nos últimos quatro anos como a empresa Top of Mind de RH. Sendo parte do Grupo Redarbor, o maior grupo de empregos na América Latina e terceiro maior do mundo, o Infojobs possui atualmente mais de 35 mil empresas que confiam em seus serviços, como Grupo Carrefour, Grupo Souza Lima, Vigor e Sodexo.
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