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No Dia da Amazônia, bioma vive seca e incêndios recordes

Rios amazônicos devem atingir piores níveis da história nas próximas semanas, com intensificação da seca; número de incêndios em agosto foi o maior desde 2005.
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Alexandre Noronha/Sema

O dia seria de celebração, mas o momento é de bastante preocupação. O Dia da Amazônia, que acontece nesta 5a feira (5/9), tem como pano de fundo um bioma em crise existencial, marcado pela ameaça constante do desmatamento e que vive atualmente uma das secas mais intensas de sua história e um número recorde de queimadas.

A Reuters destacou o panorama dos rios amazônicos, muitos em seus piores níveis da história. Uma combinação de altas temperaturas, chuvas abaixo da média histórica, logo após um ano extremamente seco, trazem prognósticos pessimistas para os próximos meses na Amazônia. A expectativa do Serviço Geológico do Brasil (SGB) é de que todos os rios da bacia amazônica têm grande probabilidade de ficarem abaixo de seus mínimos históricos.

De acordo com a Folha, já na próxima semana o rio Amazonas deve ficar inavegável para navios, o que deve persistir ao menos até o final do mês por conta da intensificação da seca. Uma estrutura logística foi montada para evitar o desabastecimento de Manaus, mas o poder público não descarta o risco de alta nos preços.

Dados do Monitor das Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA), indicam que a Região Norte é a mais impactada pela seca extrema de todo o Brasil. Com exceção de Rondônia, todos os demais estados da região registraram um aumento na área afetada pela estiagem, com destaque para o Amazonas, onde 98% de seu território vive condições extremas de seca. A Revista Cenarium deu mais detalhes.

A estiagem tem servido como combustível para mais uma temporada desastrosa de incêndios na Amazônia. De acordo com o INPE, o bioma experimentou seu agosto mais devastador desde 2005, com 38.266 focos de fogo registrados no último mês. O Pará lidera entre os estados com mais ocorrência de incêndio, com 13.803 registros, seguido por Amazonas (10.328) e Mato Grosso (7.046). A notícia é da Folha.

Mas a seca é só um agravante dos incêndios na Amazônia. A ocorrência do fogo na floresta está diretamente associada à abertura de novas áreas de desmatamento, especialmente no sul da Amazônia. “O desmatamento é caro. O fogo é muito mais barato, é só comprar gasolina e sair espalhando”, comentou Rodrigo Agostinho, presidente do IBAMA, à Agência Pública.

Outro elemento que contribui para a disparada dos incêndios é a sensação de impunidade – como o caso do infame “Dia do Fogo” de 2019, cuja investigação pela Polícia Federal encerrada sem indiciamentos deixou ainda mais evidente.

“As pessoas precisam entender que não compensa colocar fogo. Temos outro problema que é a impunidade ambiental. Quem coloca fogo precisa ser responsabilizado”, disse Agostinho em entrevista à BBC Brasil.

Em tempo: O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou uma lista de nove perguntas à Advocacia Geral da União (AGU) que servirão para direcionar as discussões durante a audiência pública programada para o próximo dia 10 sobre as ações do governo federal no combate aos incêndios na Amazônia e no Pantanal. Entre os itens questionados, estão o tamanho do efetivo de brigadistas utilizado nos dois biomas, a previsão de incremento no número de agentes para os próximos anos, e a situação dos sistemas de gestão territorial utilizados pela União. CartaCapital, CNN Brasil e Poder360 deram mais informações.

 

 

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