A briga em torno das duas vagas de ministros abertas no STJ (Superior Tribunal de Justiça) mobilizou não apenas a nata do Judiciário, mas políticos influentes. Estão na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva duas listas tríplices com nomes para as vagas. A tendência é que ele tome a decisão depois do segundo turno das eleições municipais. Até lá, a campanha seguirá forte nos bastidores.
Os ministros Kassio Nunes Marques e Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), trabalham por candidatos concorrentes. O primeiro faz campanha para o desembargador do TRF (Tribunal Regional Eleitoral) da 1ª Região Carlos Brandão. O outro tem atuado em prol da desembargadora Daniele Maranhão, do mesmo tribunal.
Inicialmente, Mendes tinha preferência por Ney Bello, também do TRF-1, mas o desembargador foi preterido na votação das listas tríplices pelo STJ na semana passada. Como segunda opção, abraçou a candidatura de Maranhão.
Entre os desembargadores, a terceira concorrente é Marisa Santos, do TRF-3. Ela tem recebido apoio do presidente do STJ, Herman Benjamin.
Disputam a outra vaga integrantes do Ministério Público. O procurador Sammy Barbosa, do Acre, tem o apoio do ministro do STJ Mauro Campbell – que, por sua vez, conseguiu reunir o apoio da maioria dos colegas do tribunal para o candidato.
No Palácio do Planalto, Barbosa é visto como a maior aposta do STJ para a vaga. Dentro do tribunal, corre uma teoria de que Lula não escolheria o procurador para retaliar o tribunal, que excluiu da outra lista o candidato preferido do presidente na disputa: o desembargador Rogério Favreto, do TRF-4.
Nos arredores de Lula, crescem a cada dia as chances da procuradora Maria Marluce Caldas Bezerra, de Alagoas. A mobilização em torno dela partiu da iniciativa dois ministros do STJ: Benjamin e Humberto Martins.
Mas ela também tem aliados políticos importantes: ela é tia de JHC (PL), prefeito de Maceió que foi reeleito em primeiro turno e é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Lira teria prometido trabalhar pelo nome de Marluce no governo.
O outro concorrente à vaga destinada a membros do Ministério Público é o procurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que conduziu a primeira parte das investigações sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, ainda na gestão de Augusto Aras. Quando Paulo Gonet assumiu a PGR (Procuradoria-Geral da República), Santos deixou o posto.
Depois que Lula escolher os dois nomes, eles serão submetidos a sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Somente se forem aprovados em votação no colegiado e, depois, no plenário da Casa, tomarão posse nos cargos.
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