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Foz do Amazonas: IBAMA e cientistas apontam área de recife rica em biodiversidade

Estruturas são determinantes para pesca em alguns trechos e pouquíssimo estudadas, o que amplia riscos de explorar combustíveis fósseis no FZA-M-59, como insiste a Petrobras.
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Divulgação\corais foz Amazonas por Greenpeace

Iniciativa liderada pelo Observatório do Clima contra a desinformação climática, o Fakebook.eco rebateu com dados científicos o negacionismo da diretora de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, Sylvia dos Anjos. A executiva disse ser “fake news” a existência de recifes de corais na foz do Amazonas, e ainda tentou minimizar a responsabilidade dos combustíveis fósseis nas mudanças climáticas.

Na Folha, Vinicius Sassine lembra o que a ciência já provou, mas Sylvia preferiu não ver, diante do afã da estatal em explorar combustíveis fósseis na Amazônia. Pareceres técnicos do IBAMA e pesquisas científicas apontam a existência de uma extensa área de recifes na região, que se estende até a área da foz do Amazonas onde está o FZA-M-59, bloco no qual a Petrobras quer perfurar um poço a todo custo – inclusive com pressão política e passando por cima das leis ambientais.

As estruturas da região são ricas em biodiversidade, determinantes para a pesca em alguns trechos e pouquíssimo estudadas, o que amplia os riscos de um projeto de petróleo e gás fóssil na região.

O grande sistema de recifes da Amazônia, como é chamado, não se configura necessariamente em uma grande barreira de corais, com base nas informações científicas existentes até agora. Mas isso não significa que esse sistema tenha pouca relevância biológica, segundo os cientistas – pelo contrário.

Além disso, o sistema foi descrito há poucos anos: sua catalogação num artigo científico foi feita em 2016. A estimativa usada por cientistas é de que apenas 5% das manchas de recifes – que se estendem da Guiana Francesa ao Maranhão – tenham sido mapeadas de alguma maneira. Esse baixíssimo conhecimento sobre a região é uma das questões apontadas por pesquisadores para que se proíba a exploração de combustíveis fósseis na foz do Amazonas.

Um novo parecer, assinado por 26 técnicos do IBAMA, manteve a negativa para a licença pedida pela Petrobras para perfurar um poço exploratório de petróleo no FZA-M-59. Além de negar a autorização, o documento recomendou o arquivamento do pedido. No entanto, o presidente do órgão ambiental, Rodrigo Agostinho, decidiu manter o processo ativo e pediu novos esclarecimentos à petroleira.

Por isso, a Petrobras informou que está preparando as respostas para o IBAMA e se disse “otimista” em relação à licença para perfurar na foz do Amazonas, informam O Globo, Folha, g1, Estadão, Agência Brasil e eixos.

 

ClimaInfo, 1º de novembro de 2024.

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