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Defesa de Bolsonaro vai entregar à PF extratos bancários desde 2019

A ideia, segundo a defesa, é mostrar que os pagamentos feitos com dinheiro vivo, a pedido de Michelle, teriam como origem dinheiro que saiu da conta de Bolsonaro.
Imagem: Isac Nóbrega/PR

Os advogados que atuam na defesa de Jair Bolsonaro (PL-RJ) informaram à coluna que decidiram entregar para a PF (Polícia Federal), de modo voluntário, os extratos bancários da conta pessoal do ex-presidente relativos aos últimos 48 meses, ou seja, desde 2019.

A ideia, segundo a defesa, é mostrar que os pagamentos feitos com dinheiro vivo, a pedido de Michelle, teriam como origem dinheiro que saiu da conta de Bolsonaro.

“A defesa tem absoluta convicção no encontro de centavos entre saídas de recursos e pagamentos de despesas e boletos”, informaram os advogados, por nota. A defesa, porém, ainda não afirmou quando isso será realizado. A expectativa é que seja nos próximos dias. Fábio Wajngarten, ex-secretário da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) e advogado que atua na defesa de Bolsonaro já tinha mencionado em uma entrevista coletiva, na semana passada, que ofertaria documentos, extratos e contabilidade sobre o caso.

UOL revelou, em reportagem do colunista Aguirre Talento, que a PF encontrou no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, uma série de cópias de boletos e mensagens que mostram como eram feitos os pedidos para saques em dinheiro vivo e pagamentos para atender a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Reportagens do UOL desde a semana passada mostraram que a ordem durante a gestão de Bolsonaro era usar dinheiro vivo para o pagamento dessas despesas da primeira-dama e que Mauro Cid manifestou preocupação que o caso fosse caracterizado como uma “rachadinha”, semelhante à acusação feita contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A PF inclusive detectou depósitos feitos por Mauro Cid para a conta de Michelle. O UOL também revelou que uma empresa com contrato na Codevasf fez repasses a um funcionário da Ajudância de Ordens que era responsável por sacar dinheiro vivo para pagar despesas da primeira-dama.

Como eram enviadas as mensagens

As mensagens eram enviadas a Mauro Cid por duas assessoras dela, Cintia Nogueira e Giselle Carneiro, que costumavam se referir a Michelle como “dama” ou pela sigla “PD”. Cid foi preso no último dia 3 de maio por suspeita de um esquema de fraude em certificados de vacina.

A defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama afirma que as despesas de Michelle Bolsonaro eram custeadas com recursos da conta pessoal de Bolsonaro. A PF apura se existiu desvio de recursos públicos.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo telemático de Cid após a investigação do vazamento de um inquérito do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As conversas estavam salvas na nuvem de seu aparelho celular. Após constatar a suspeita de desvios de recursos públicos, Moraes também autorizou a quebra do sigilo bancário de Cid e de outros funcionários do Planalto.

A PF encontrou, nos primeiros diálogos analisados, um conjunto de 13 comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid na conta de Michelle entre março e agosto de 2021, que totalizaram R$ 21.500. A investigação agora analisa as quebras de sigilo bancário para identificar as transações entre 2019 e 2022, durante toda a gestão de Bolsonaro.

Na análise inicial, a PF identificou dez solicitações de saques em dinheiro vivo feitas pelas assessoras de Michelle a Mauro Cid entre março e outubro de 2021, totalizando cerca de R$ 5.600.

Nos diálogos, as assessoras da então primeira-dama ordenam pagamentos para serviços prestados a ela, como costureira, podóloga e até mesmo um veterinário. Também pedem depósitos mensais para Rosimary Carneiro, que era titular do cartão de crédito usado pela então primeira-dama, e para familiares de Michelle.

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