O caso do delegado da Polícia Federal Caio Rodrigo Pelim, que descobriu ser investigado durante depoimento na ação do golpe, nesta terça-feira (27), deixou advogados preocupados com outras testemunhas que devem ser ouvidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A avaliação de defensores de pelo menos três réus no processo ouvidos pela CNN, é de que outras testemunhas podem ficar inibidas com a possibilidade de também serem investigadas. O STF irá colher depoimentos de defesa até 2 de junho.
Nesta terça (27), a Procuradoria Geral da República (PGR) contestou duas testemunhas de defesa do ex-ministro Anderson Torres: Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal, que figura como indiciado na investigação sobre uso de blitz para impedir circulação de eleitores em 2022; e Caio Pelim, delegado da PF, que foi classificado como investigado pela PGR, apesar de não ter conhecimento do fato, até então.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que apura uma tentativa de golpe de Estado no país, acolheu o pedido da procuradoria, e retirou a condição de testemunha dos dois. Eles foram ouvidos como informantes do processo.
Pela lei brasileira, testemunhas são obrigadas a dizer a verdade e, por isso, podem responder criminalmente caso mintam em depoimento. Já na condição de investigados ou informantes, os ouvidos não têm o dever de falar a verdade.

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