O Madeira é um importante rio da Bacia Amazônica, que banha os estados do Amazonas e de Rondônia. Possui 3.240 km de extensão e é formado pelos rios Beni e Mamoré, na Bolívia, e pelo rio Madre de Dios, no Peru. É chamado de Madeira apenas no território brasileiro.
Do rio Madeira, já foram extraídas algumas toneladas de ouro, mas, como o nosso país não normatizou essa exploração, quase todo esse ouro foi retirado ilegalmente e contrabandeado.
Andei muito pelo Madeira, tanto na realização de projetos econômicos quanto no período em que ocupei cargos no Estado.
O Madeira é lindo, caudaloso e possui um solo muito fértil. É o maior produtor de melancia de várzea do Amazonas. Além disso, desempenha um papel fundamental na logística entre o Centro-Oeste e o Amazonas, pois, pelo Madeira, passam milhões de toneladas de soja produzidas na Chapada dos Parecis. Comboios gigantescos transportam essa soja até o município de Itacoatiara, onde ela é processada, gerando subprodutos como óleo degomado e farelo de soja.
Além de ser uma via natural para o escoamento dessas riquezas, o rio Madeira também representa o limite da última fronteira agrícola brasileira.
A atividade agrícola no Brasil começou no Sul e Sudeste, avançou pelo Centro-Oeste e se expandiu até o oeste do Amazonas, onde encontrou, no caudaloso rio Madeira, uma barreira natural – o guardião da floresta. O que nenhuma política pública, nem órgãos de segurança ou de proteção conseguiram, o Madeira fez: frear o avanço da fronteira agrícola e preservar um dos maiores patrimônios do Brasil – a floresta do estado do Amazonas e sua biodiversidade única.
Agora, é preciso que as autoridades do país estabeleçam políticas para a exploração racional dessas imensas riquezas. O povo do Amazonas merece usufruir dessas oportunidades.
O mundo explora e se beneficia de suas riquezas naturais; nós também temos esse direito.

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