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Desemprego no Brasil vai abaixo de 10% pela 1ª vez desde início de 2016, mas rendimento ainda sofre

A taxa de desemprego brasileira atingiu 9,8% no trimestre até maio, ante 11,2% nos três meses imediatamente anteriores, encerrados em fevereiro.
REUTERS/Amanda Perobelli

A taxa de desemprego no Brasil caiu mais do que o esperado no trimestre até maio e foi abaixo de 10% pela primeira vez desde o início de 2016, com o país registrando o maior número de pessoas ocupadas da série histórica, mas ainda com fortes perdas de rendimento.

A taxa de desemprego brasileira atingiu 9,8% no trimestre até maio, ante 11,2% nos três meses imediatamente anteriores, encerrados em fevereiro.

O dado da Pnad Contínua divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira é o mais baixo desde a taxa de 9,6% vista nos três meses até janeiro de 2016 –também última vez em que ficou em apenas um dígito.

A leitura ainda é a menor para trimestres encerrados em maio desde 2015 (8,3%) e ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 10,2%. Nos três meses até abril, a taxa havia sido de 10,5%.

Depois de a taxa de desemprego no Brasil ter chegado perto de 15% com as medidas de restrição contra a Covid-19, o mercado de trabalho vem apresentando recuperação, principalmente depois de o setor de serviços ter se favorecido com a vacinação.

Nos três meses até maio, o Brasil tinha 97,516 milhões de ocupados –o maior contingente da série histórica, iniciada em 2012–, o que representa uma alta de 2,4% sobre o trimestre até fevereiro e de 10,6% ante o mesmo período de 2021.

Já o total de desempregados caiu 11,5% sobre os três meses imediatamente anteriores, a 10,631 milhões. Ante o trimestre até maio de 2021 a queda foi de 30,2%.

“Esse é um processo de reação em curso partindo desde o segundo semestre de 2021. Na medida que o tempo passa, vêm reações mais específicas de setores que dependem do consumo presencial, como no caso dos serviços, e a recuperação de saúde e educação ajudam nessa reação”, explicou a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy.

“A melhora do mercado de trabalho se deve a um conjuntura sanitária melhor e demanda maior por trabalhadores. Nos últimos trimestres, o emprego com carteira cresce na indústria, no comércio e nos serviços de informação, financeiros e comunicação”, completou.

Mas a melhora do mercado de trabalho não está se traduzindo no rendimento, com os trabalhadores sofrendo ainda com a inflação elevada.

Nos três meses até maio, o rendimento médio real do trabalhador foi de 2.613 reais, estabilidade frente ao trimestre imediatamente anterior e queda de 7,2% sobre o mesmo período de 2021.

INFORMALIDADE

O aumento da ocupação, segundo o IBGE, vem se dando tanto entre os informais quanto entre os que têm carteira de trabalho.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 2,8% no trimestre até maio sobre o período imediatamente anterior, totalizando 35,576 milhões. Os que não tinham carteira cresceram 4,3%, para 12,804 milhões.

Já a taxa de informalidade foi de 40,1% da população ocupada, contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021, de acordo com o IBGE.

“A partir do segundo semestre de 2021, além da informalidade, passou a ocorrer também uma contribuição mais efetiva do emprego com carteira no processo de recuperação da ocupação”, disse Beringuy.

 

 

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