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CNI: falta ou alto custo de insumos afeta 22 de 25 setores industriais

Guerra da Ucrânia, lockdowns nas cidades chinesas e a pandemia são apontadas como responsáveis pela carência de matérias-primas
Foto: Divulgação

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que 22 dos 25 setores industriais pesquisados sofreram com a falta ou o alto custo de insumos e matérias-primas para produção de produtos, entre abril e junho deste ano. As dificuldades enfrentadas pelas categorias foram apresentadas nesta quarta-feira (27/7), pela Nota Econômica 23, documento que explora os principais problemas enfrentados pela indústria, com o desdobramento setorial.

Em levantamento, a CNI identificou que 71,7% das indústrias no setor de impressão e reprodução alegaram ter sido afetados pela dificuldade com insumos no segundo trimestre deste ano. No setor de produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal, 70% colocaram a falta ou o alto custo dos insumos em primeiro lugar na lista de problemas enfrentados.

Já 69,8% das indústrias de veículos automotores alegaram obstáculos com a falta ou o alto custo de insumos e matérias-primas. Além de 68,3% dos calçados e suas partes, 66% das indústrias de bebidas, 63,3% de produtos de borracha e 62,5% dos farmoquímicos e farmacêuticos.

A economista da CNI Paula Verlangeiro explica que aproximadamente metade da produção industrial é consumida como insumo pela própria indústria. Dessa forma, a falta ou o alto custo de insumos se dissemina por toda a cadeia de produção, seja com aumento de preços ou redução da produção, até chegar ao consumidor final.

“Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar – ou manter – a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos aumentos nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, avalia Verlangeiro.

Fatores

Para a CNI, os principais fatores responsáveis pela alta no preço ou pela falta de insumos e matérias-primas são as crises provocadas pela pandemia do Covid-19, a guerra da Ucrânia e os severos lockdowns na China. A expectativa, segundo pesquisa da CNI com empresários, é de normalização apenas em 2023.

Levantamento da CNI apontou que os setores farmoquímicos, têxteis, calçados e madeira registraram maiores altas na preocupação com a falta ou alto preço da matéria-prima em comparação entre o primeiro e o segundo trimestre de 2022. Para esses setores, há maior dificuldade no rearranjo dos insumos.

Juros altos

Em decorrência da alta inflação, o Banco Central decidiu por aumentar a taxa básica de juros, Selic, para controlar a inflação e desacelerar o consumo. Em menos de um ano e meio, a Selic passou de 2,00% para 13,25%, alta considerada excessiva pelo setor industrial, que pode provocar efeitos negativos sobre a produção, o consumo e o emprego.

Dos 25 setores analisados pela CNI, 16 apontam a alta de juros como um dos cinco principais problemas enfrentados.

Os setores Produtos diversos e Veículos automotores elencaram essa questão na segunda posição do ranking. Os setores de Alimentos, Madeira, Máquinas e equipamentos, Máquina e materiais elétricos, Metalurgia, Têxteis e Vestuário e acessórios consideraram que esse item ocupa o terceiro lugar.

 

 

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