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Bolsonaro pagou no cartão de crédito a proibição de sua candidatura em 2026

No mesmo mês, em Aparecida (SP), mais R$ 64 mil de grana pública gasta em sua tentativa de reeleição, dos quais R$ 18 mil em hotel e R$ 16 mil em lanchinhos.
Foto: Divulgação

Jair Bolsonaro torrou grana do contribuinte em lanches para a sua equipe usando o cartão de crédito corporativo da Presidência da República durante a campanha eleitoral no ano passado. O caso alimenta as ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a sua condenação, o que abriria caminho para ele estar inelegível nas próximas eleições presidenciais.

Em uma agenda eleitoral em Vitória da Conquista (BA), em agosto, ele gastou R$ 50 mil só em lanches, fora a hospedagem de 50 pessoas em um hotel. Em outubro, foram R$ 63 mil em hospedagem, lanches e um cercadinho para proteção em Teófilo Otoni (MG). No mesmo mês, em Aparecida (SP), mais R$ 64 mil de grana pública gasta em sua tentativa de reeleição, dos quais R$ 18 mil em hotel e R$ 16 mil em lanchinhos.

E para tranquilizar quem acha que está gastando muito em aplicativo de entrega de comida, a campanha de Bolsonaro torrou R$ 8.650 em um delivery do iFood em Belo Horizonte, em 24 de agosto, usando o cartão corporativo. Com exceção de transporte (que precisa ser restituído), a lei proíbe o uso de dinheiro público em gastos de campanha.

Aliás, o PL, seu partido, devolveu parte dos recursos gastos em transportes em 48 eventos eleitorais. Mas Jair participou de, ao menos, 80 agendas, no período. Os números estão em reportagem do UOL, desta segunda (13), que traz dados solicitados ao governo federal pela agência Fiquem Sabendo. Que Bolsonaro confunde o público com o privado, isso já era largamente conhecido. O “Patriarca das Rachadinhas”, que ficava com parte dos salários de funcionários fantasmas de seu gabinete quando deputado federal, não deixaria por menos quando ocupasse a Presidência da República. A questão é o nível do descaramento com o cartão corporativo em algo tão visível quanto o financiamento de campa.

Que Bolsonaro confunde o público com o privado, isso já era largamente conhecido. O “Patriarca das Rachadinhas”, que ficava com parte dos salários de funcionários fantasmas de seu gabinete quando deputado federal, não deixaria por menos quando ocupasse a Presidência da República. A questão é o nível do descaramento com o cartão corporativo em algo tão visível quanto o financiamento de campanha eleitoral. O que mostra que Jair tinha certeza que seria reeleito e essas informações se manteriam em sigilo, sei lá, por 100 anos.

Ele, que se vendia como um homem simples que economizava o dinheiro do povo, torrou R$ 1,46 milhão em um único hotel e R$ 362 mil em uma padaria com o cartão corporativo. Jair ganhava salário de R$ 30,9 mil mensais, mas fez o contribuinte lhe bancar R$ 8,6 mil em sorveterias, R$ 5,5 mil no Pizza Hut e R$ 3,39 mil em compras no McDonalds.

O caso de Bolsonaro mostra o desvio de finalidade de um instituto que deveria servir para garantir eficácia da administração, e ser utilizado com objetivos muito específicos, que acabou bancando os luxos do presidente, seus familiares e aliados. Quando esse instituto é usado para bancar uma campanha presidencial, temos dois crimes concorrendo simultaneamente. Dessa forma, a urna eletrônica pode dar o troco em Jair, que tanto a espancou, e expurgar seu nome em 2024 ou 2026.

 

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