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Após atestado ‘cancelado’, suposto lobista da Precisa depõe à CPI da Covid

Após ter o atestado médico "cancelado", o suposto lobista da Precisa Medicamentos Marconny Albernaz Faria presta depoimento hoje à CPI da Covid.

Após ter o atestado médico “cancelado”, o suposto lobista da Precisa Medicamentos Marconny Albernaz Faria presta depoimento hoje à CPI da Covid.

Marconny havia apresentado um atestado afirmando estar com dor pélvica e internado no hospital Sírio-Libanês, de acordo com a cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito. O atestado lhe permitia ficar afastado por 20 dias —o período coincide com o término previsto da CPI, segundo falas do relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

No entanto, após os senadores desconfiarem do atestado e questionarem o hospital, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), informou que o médico responsável pelo parecer entrou em contato e disse ter notado uma “simulação por parte do paciente” e que desejava “cancelar” o documento.

A Precisa Medicamentos foi a intermediária das negociações para compra da vacina Covaxin. Em depoimento à CPI, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor concursado do Ministério da Saúde, falaram sobre suspeitas de irregularidades envolvendo esse contrato.

Ao ouvir denúncia sobre o caso, contaram os irmãos Miranda, Bolsonaro teria dito que Ricardo Barros poderia estar envolvido no “rolo”. Este nega qualquer irregularidade.

O valor do negócio para a Covaxin, de R$ 1,6 bilhão, chegou a ser empenhado (reservado para esse fim) pelo governo federal. O acordo, porém, acabou suspenso depois que os irmãos Miranda trouxeram à tona suspeitas de corrupção dentro do ministério e possível pressão interna para que o processo de importação fosse acelerado, mesmo à revelia de inconsistências contratuais.

Na última quinta (26), a CPI revelou mensagens, antes sob sigilo, que apontam suposta tentativa de favorecer a Precisa Medicamentos em compra do Ministério da Saúde de testes rápidos de detecção do novo coronavírus. O esquema contaria com a participação de Marconny, indicaram os senadores.

ACPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria é independente ou de oposição), investiga ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Tem prazo inicial (prorrogável) de 90 dias. Seu relatório final será enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.

Fonte: UOL

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