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Manifestações e CPI podem fazer Centrão abandonar Bolsonaro, diz Boulos

 

 

 

Líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e coordenador da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos (PSOL) disse hoje que as manifestações de rua e a CPI da Covid-19 podem forçar o Centrão a abandonar o governo e viabilizar um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

Em declaração ao UOL Entrevista, conduzido pela apresentadora Fabíola Cidral e pelo colunista Josias de Souza, Boulos disse que os protestos contra Bolsonaro no último sábado aceleram o que chama de “processo de degradação” do presidente.

“A CPI e as mobilizações de rua podem acelerar o processo de degradação do Bolsonaro e fazer com que esse setor [Centrão] que sustenta ele pule do barco. Ou você acha que o Centrão, pela primeira vez na história, vai ser fiel e afundar junto com o presidente que está afundando?”, questionou.

Eu vejo chances reais [de um processo de impeachment] nesse cenário, com crise política, CPI, clima de perda de popularidade que tem a ver com a falta de saída da pandemia, crise econômica profunda, desemprego, fome. Somando isso às mobilizações de rua, acho que temos todas as condições de interromper o governo Bolsonaro.Guilherme Boulos, líder do MTST

Candidato à presidência nas eleições de 2018 à prefeitura de São Paulo em 2020, Boulos foi uma das lideranças que promoveram e participaram das manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) registradas em todos os estados e no Distrito Federal no último sábado (29).

Boulos esteve presente no ato com maior número de pessoas, na Avenida Paulista, em São Paulo, onde defendeu a realização do protesto, que, em vários momentos, teve aglomeração de pessoas em meio à pandemia do coronavírus. Ao convocar a manifestação em uma mensagem nas redes sociais no dia 20 de maio, Boulos disse que era difícil convocar mobilizações de rua num contexto de pandemia, mas que não existia outra alternativa. “O governo mata mais que o vírus”, disse no vídeo.

Depois das manifestações, ele disse que mantém sua posição. “Com o Bolsonaro no governo, não tem saída a pandemia. Podemos ter uma terceira onda, podemos ter outras ondas. Essa política que estamos enfrentando, se seguir até o fim de 2022 o custo de vidas pode ser tremendo. E foi isso que nos levou à decisão de ir às ruas no último sábado”, afirmou.

 

Conteúdo UOL

 

Foto: Foco do Brasil

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