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Raio de atuação do fogo no Amazonas triplicou desde 2002, com incêndios mais violentos, diz estudo

Pesquisa internacional aponta que as queimadas vêm se concentrando em pontos do globo e tornando-se mais intensas, aumentando emissões de gases estufa
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Foto: Gustavo Basso/NurPhoto via Getty Images

O estudo internacional State of Wildfires, publicado esta semana, faz um balanço dos incêndios florestais no mundo entre 2023 e 2024, e aponta mudanças de comportamento nas queimadas, sob influência da mudança climática causada pelas atividades humanas. A equipe de 44 pesquisadores, inclusive do Brasil, aponta que no último ano o fogo está mais violento, mesmo que atingindo uma área ligeiramente menor do planeta.

No estado do Amazonas, que vem passando por uma grave seca após um período de influência do fenômeno climático El Niño, o fogo vem se alastrando por áreas antes não atingidas, aumentando seu raio de atuação em 200% desde 2002.

O fogo mais intenso explica o aumento de emissões de dióxido de carbono (CO2) um dos vilões do aquecimento global. Quanto mais queima de madeira e matéria orgânica, mais o carbono que estava contido nesses materiais naturais se dispersa na atmosfera.

Nos primeiros sete meses do ano, a fumaça dos incêndios no Pantanal e na Amazônia equivaleram a cinco anos de poluição emitida na cidade de São Paulo, com um total emitido de 73,4 milhões de toneladas de CO2 equivalente (tCO2e), medida usada para estimar o impacto climático da liberação de gases efeito estufa na atmosfera.

O estudo destaca que atividades econômicas humanas e mudanças no uso da terra podem agravar o risco de incêndios extremamente grandes, rápidos e intensos, especialmente em florestas tropicais, onde o ser humano é a principal causa de ignição e degradação florestal.

A temporada de incêndios de 2023–2024 foi marcada por incêndios sem precedentes no Canadá; queimadas mortais e rápidas no Havaí e no Chile; os maiores incêndios florestais individuais já registrados na União Europeia e no Canadá; e fogo generalizado no noroeste da América do Sul, incluindo partes da Amazônia, em países como Brasil, Bolívia, Colômbia e Venezuela, observam os pesquisadores.

As emissões globais de carbono foram turbinadas pelas queimadas em andamento no Canadá (com emissões nove vezes acima da média). O artigo cita ainda os incêndios causados ​​pela seca na Amazônia ocidental e partes do norte da América do Sul, que inclui os estados brasileiros de Roraima e Amapá, além de incêndios mortais no Havaí (100 vítimas) e no Chile (131 vítimas). Mais de 232 mil pessoas foram evacuadas somente no Canadá, destacando a gravidade do impacto humano.

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