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Professores aprovam criação de frente antifascismo e pela democracia na Ufam

A decisão foi tomada em Assembleia Geral realizada nesta terça (16) em Manaus e em Parintins, e nesta segunda (15) em Humaitá.

Da Redação 

 

Em virtude dos recentes casos de violência contra professores, inclusive em sala de aula, e estudantes da Universidade Federal do Amazonas, intensificados após o resultado do 1º turno das eleições para presidente do Brasil, os docentes decidiram criar uma frente antifascismo na instituição, com intuito de promover a defesa da democracia e da liberdade dentro e fora do Campus Universitário.

A categoria também deliberou por exigir da Administração Superior da Ufam a imediata apuração dos casos, com consequente punição dos agressores, para que a sensação de impunidade não permeie também a instituição. A decisão foi tomada em Assembleia Geral realizada nesta terça (16) em Manaus e em Parintins, e nesta segunda (15) em Humaitá.

Os docentes também decidiram encaminhar ao Conselho Universitário (Consuni), instância máxima deliberativa da Universidade, cuja reunião ordinária ocorrerá nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19), uma moção de repúdio aos ataques contra professores e estudantes e ainda de solidariedade às pessoas agredidas, vítimas não somente de discursos de ódio, mas de violência de motivação política.

A comissão, formada por professores que se voluntariaram durante a Assembleia, terá o 1º encontro nesta quarta-feira (16), às 17h, na sede da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA-SS), no Campus Universitário, para articular o contato discentes e técnicos, e ainda definir um calendário de ações para os próximos dias. Entre elas, a realização de aulas e debates públicos dentro e fora da Ufam.

Além disso, foi aprovada a realização de uma Assembleia Geral comunitária, envolvendo os três segmentos, para discutir os riscos da destruição do Estado Democrático de Direitos, como ficou evidente em várias falas dos participantes, durante a avalição de conjuntura. Para os professores, as eleições são apenas parte de uma “batalha” que pode custar a perda de uma série de direitos duramente conquistados em tempos difíceis na história recente do Brasil e que põe em xeque inclusive os serviços públicos.

“Em nome da autonomia do sindicato, que é marcado historicamente por sua independência em relação a governos e partidos, o ANDES-SN se posiciona contra o fascismo. E na defesa da construção de frentes únicas o fascismo, o sindicato toma lugar nesta conjuntura e assume aquilo que está previsto nos seus estatutos, que a finalidade classista e, portanto, não político-partidário”, disse o presidente da ADUA-SS, Marcelo Vallina.

Fora da sede

Os pontos de pauta foram discutidos também em assembleias nos Institutos de Educação, Agricultura e Meio Ambiente (IEAA) e de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez), na noite desta segunda-feira (15), e na manhã desta terça-feira (16), respectivamente. No IEAA, no município de Humaitá, os presentes defenderam a necessidade da Ufam, enquanto instituição, apurar os fatos e identificar os envolvidos nos casos de ataques a docentes, na universidade.

Posicionamento defendido pelo professor da unidade, Valmir Flores Pinto. “Devem-se apurar os fatos e, ao identificar os culpados, tomar providências imediatas, seja por abertura de processo administrativo ou por outros meios. E não ficar somente emitindo nota de repúdio”, criticou.

Levando em consideração a necessidade de ampliação do debate e a urgência do esclarecimento da comunidade acadêmica sobre o fascismo, a professora Viviane Vidal sugeriu a criação de uma campanha informativa ou de eventos voltados aos discentes, docentes e comunidade externa sobre o crescimento da onda de ódio que tem gerado ataques do tipo. “As medidas contribuirão também para a criação da Frente Antifascismo”, argumentou.

O diretor da ADUA-SS Leonardo Dourado também sugeriu que seja realizado um Dia de Paralisação Nacional Contra o Fascismo em parceria com todos os sindicatos e organizações sociais. A proposta também foi aprovada pelos presentes.

ICSEZ

No ICSEZ, em Parintins, a 2ª Vice-presidente da ADUA-SS e docente dos Instituto, Milena Barroso fez uma análise da conjuntura atual e ressaltou as particularidades e a gravidade do cenário atual. A diretora informou ainda que, na última reunião da categoria (IFES), na última terça-feira (9), a questão foi discutida, e que o momento exige um posicionamento mais direto da categoria. “Como resultado, o ANDES-SN encaminhou roda de assembleias para que a base possa se posicionar sobre o contexto atual que coloca em questão os rumos da universidade pública”, destacou ao passar a fala aos demais participantes.

O entendimento comum dos docentes foi de que o momento exige efetiva manifestação, pois há muito em jogo. O consenso dos presentes foi também de que a ADUA-SS aponte um posicionamento, “apesar das críticas às políticas adotadas pelo PT nas últimas décadas, em nome da Democracia em nome do Estado de Direito e contra o Fascismo, de voto no Candidato Haddad, 13”, proposta não acatada pela categoria em Manaus, mas que manteve o rechaço à candidatura fascista.

Na Assembleia descentralizada de Parintins, os docentes aprovaram ainda que a Assessoria Jurídica da ADUA preste apoio e instrução os casos de agressões a docentes, técnicos e discentes.

Em articulação com docentes da Ufam e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) serão realizadas também as seguintes atividades: Aula Pública, no próximo dia 23 de outubro, às 19h, na Praça da Liberdade (em Parintins), com o tema “Fascismo, com intervenções Culturais, Aula de Capoeira em Homenagem ao Mestre Moa do Kadendê (assassinado em Salvador); a Ampla divulgação da Carta Nacional dos Professores socializada, em 15 de outubro deste ano; e a produção de vídeos de um minuto, alertando sobre o momento de tendências fascistas e de apelo a Democracia

Fotos: ADUA/Divulgação

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