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Moscou acusa Ucrânia de bombardear cidade russa, mas nega que Kiev tenha atingido poderoso navio

"Queima forte. Agora mesmo. E com estes mares tempestuosos, não se sabe quando poderão receber ajuda", assegurou, numa transmissão em que afirmou que havia 510 tripulantes a bordo no momento do ataque.
Foto: Divulgação

As forças ucranianas bombardearam uma cidade russa na fronteira com a Ucrânia e podem ter conseguido danificar um importante navio da frota russa no Mar Negro. Enquanto isso, os dois países realizaram uma nova troca de prisioneiros de guerra.

 

O governador de Bryansk, uma região russa na fronteira com a Ucrânia, acusou as forças de Kiev de bombardear uma cidade russa nesta quinta-feira (14). O Comitê de Investigação da Rússia disse que o ataque foi realizado com dois helicópteros, causando sete feridos.

“As forças armadas ucranianas dispararam contra a cidade de Klimovo. Dois prédios residenciais foram danificados por bombardeios e há feridos entre os habitantes”, disse o governador Alexandre Bogomaz, no aplicativo Telegram.

Ele acrescentou que os feridos estavam sendo tratados e que equipes de resgate foram enviadas ao local. O ataque não pode ser verificado de forma independente.

De acordo com a agência de notícias russa Interfax, citando um alto funcionário do Ministério da Saúde, sete pessoas feridas em Klimovo foram hospitalizadas, duas das quais em estado “grave”.

“Membros das forças armadas ucranianas entraram ilegalmente no espaço aéreo russo com dois helicópteros de combate equipados com armas pesadas. Voando em baixa altitude, eles dispararam pelo menos seis tiros em casas residenciais na cidade de Klimovo”, na região de Bryansk, declarou o comitê de investigações.

Klimovo está localizada a cerca de dez quilômetros da fronteira com a Ucrânia e tem cerca de 13 mil habitantes. A Rússia, que lançou uma ofensiva militar na Ucrânia desde 24 de fevereiro, acusou repetidamente as forças de Kiev de lançar ataques em seu território.

Versões diferentes sobre navio danificado

Moscou também sofreu nesta quinta uma das mais importantes perdas materiais desde o início da invasão da Ucrânia: o navio “Moskva”, carro-chefe da frota russa no Mar Negro, foi “gravemente danificado” por uma explosão. A Rússia afirma que houve uma detonação de munição a bordo, mas Kiev diz ter realizado um ataque com mísseis.

O incidente ocorre no momento em que as tropas russas tentam tomar o porto estratégico de Mariupol, no Mar de Azov, para estender sua ofensiva no sul e leste da Ucrânia. O Ministério da Defesa russo, citado pelas agências estatais Ria Novosti e Tass, reconhece que a embarcação “sofreu danos significativos”.

“Devido a um incêndio algumas munições explodiram a bordo” e a tripulação foi retirada do navio, segundo essas fontes, que explicaram que há uma investigação em andamento.

As autoridades ucranianas alegaram, no entanto, que o “Moskva” foi atingido por mísseis. “Mísseis Neptune que protegem o Mar Negro causaram danos significativos a este navio russo”, segundo o governador de Odessa, Maxim Marchenko.

Um conselheiro do presidente ucraniano, Oleksiy Arestovich, confirmou no YouTube que “o carro-chefe da frota russa no Mar Negro teve uma surpresa”.

“Queima forte. Agora mesmo. E com estes mares tempestuosos, não se sabe quando poderão receber ajuda”, assegurou, numa transmissão em que afirmou que havia 510 tripulantes a bordo no momento do ataque.

“Moskva” iniciou suas operações na era soviética em 1983 e participou da intervenção russa na Síria a partir de 2015. O navio ganhou notoriedade no início da guerra, quando participou de um ataque à Ilha das Serpentes, na fronteira romena, no qual 19 marinheiros ucranianos foram capturados e trocados por prisioneiros russos.

Troca de prisioneiros

O governo de Kiev anunciou que obteve a libertação de 30 prisioneiros ucranianos em uma nova troca com a Rússia, cinco dias após a troca de 12 soldados ucranianos e 14 civis, mas não especificou a compensação com Moscou.

“Hoje, por ordem do presidente Volodymyr Zelensky, ocorreu uma quarta troca de prisioneiros. Cinco oficiais e 17 militares, além de oito civis, incluindo uma mulher, entraram na troca. No total, 30 de nossos cidadãos voltam para casa hoje”, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, no Telegram.

Vereshchuk não especificou o número de prisioneiros russos libertados em troca. Nesta mesma quinta-feira, o Ministério da Defesa ucraniano publicou em comunicado que dois pilotos do exército, capturados por Moscou no mês passado e levados para a Rússia, foram libertados.

No comunicado, eles são identificados como Ivan Pepelyashko e Oleksiy Chyzh, capturados no início de março em uma cidade na região de Chernihiv, na Ucrânia (norte).

Segundo Chyzh, citado na nota do ministério, o exército russo “obrigou-os a gravar vídeos de propaganda (…). Se rejeitássemos, os russos ameaçavam deixar nossos colegas sem assistência médica”, contou. Não foi explicado se esses pilotos faziam parte da troca anunciada por Vereshchuk.

Ucrânia reinicia evacuações

Em Donbass, no leste da Ucrânia, as autoridades disseram que vão retomar a retirada de civis, depois de suspendê-las porque Kiev considerou os corredores humanitários acertados com Moscou “muito perigosos”.

“Os corredores humanitários na região de Lugansk funcionarão com a condição de que o bombardeio das forças de ocupação pare”, disse Vereshchuk.

As autoridades ucranianas incitaram a população da região a se retirar para o oeste por medo de uma ofensiva em larga escala da Rússia, que aspira controlar esta região, onde as autoproclamadas “repúblicas” separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk estão em confrontos com tropas de Kiev desde 2014.

“Não há eletricidade ou água”, diz Maria, moradora de Severodonetsk, a cidade mais ao leste ainda sob o controle do exército ucraniano. “Mas eu prefiro ficar aqui, na minha casa. Se sairmos, para onde iremos? Quem sai recebe atendimento por dois ou três dias e depois nada”, diz a mulher, que decidiu ficar na cidade deserta, junto com o marido, o filho de seis anos e a sogra.

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