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Política

CPI do MEC: o que vem por aí

Apertem os cintos, o futuro não será suave
Foto: Divulgação

“Coisa de oportunista”, disse Bolsonaro a respeito de quem assinou o pedido da CPI do MEC. É uma maneira curiosa de tentar convencer os senadores que assinaram a retirar suas assinaturas. Ou talvez Bolsonaro já tenha perdido a esperança de convencê-los. Ou talvez esteja simplesmente desesperado.

“Abandonai toda esperança, vós que entrais”, dizia a inscrição sobre o portal do Inferno na Comédia de Dante.

Seja como for, parece improvável que o governo consiga impedir a instalação da CPI — ainda mais agora, que está metido em um escândalo sexual.

Daqui até a eleição, a vida de Jair Bolsonaro será um inferno permanente. A CPI vai revirar as entranhas do MEC. Vamos ver, ao vivo na TV, prefeitos acusando pastores de cobrar propina. Os pastores vão calar para não produzir provas contra si mesmos. O ministro da Educação, Victor Godoy, vai dizer que era secretário-executivo do ministério, mas não sabia de nada. Marcelo Ponte, vai dizer que é e já era presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, espécie de fonte de todo o mal, mas não sabia de nada. O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, vai dizer uma coisa, depois vai dizer o contrário e vai acabar se calando. E o ex-ministro Milton Ribeiro vai tentar explicar o que não tem explicação e vai acabar se calando.

Todos os que fizeram ou ainda fazem parte do governo vão cair em contradição e serão chamados de mentirosos no ar. O gabinete paralelo e a corrupção no MEC serão escancarados em praça pública, e novos pedidos de impeachment serão encaminhados a Arthur Lira. Políticos a favor e contra o governo vão se xingar. Possivelmente, em alguns casos, chegarão ao pugilato.

E isso é o melhor que pode acontecer para Bolsonaro. O pior é alguém fazer uma delação premiada ou, pior ainda, aparecer alguma gravação em que o próprio presidente se incrimine.

Se o futuro imediato será um inferno para Bolsonaro, é um equívoco achar que quem está contra Bolsonaro será conduzido pela mão de Beatriz por um idílico passeio pelo Paraíso.

Se o futuro imediato será um inferno para Bolsonaro, é um equívoco achar que quem está contra Bolsonaro será conduzido pela mão de Beatriz por um idílico passeio pelo Paraíso.

Bolsonaro e bolsonarismo tornarão a vida de todo mundo um inferno, também. O volume de fake news alcançará níveis nunca vistos. Bolsonaro acirrará a militância ao máximo, e sabe-se lá o que virá no 7 de setembro e no 2 e no 30 de outubro. Depois da derrota, Bolsonaro permanecerá no cargo, fazendo mais arruaça. E ninguém sabe o que farão as Forças Armadas e as policiais militares.

Apertem os cintos. E torçam para, no ano que vem, estarmos de volta ao Purgatório que costuma ser a Terra Brasilis.

 

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