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Cientistas políticos avaliam cenários para o 2º turno da disputa presidencial

Professores da FGV e USP apontam que apoios aos candidatos no segundo turno devem movimentar as campanhas
Foto: Divulgação

Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (5), cientistas políticos e professores da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da USP avaliaram o cenário eleitoral para o segundo turno da eleição presidencial e como os apoios políticos podem fortalecer as campanhas.

Segundo Marco Antonio Teixeira, professor da FGV, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), “criou uma crise sem precedentes no PSDB” ao declarar apoio a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na avaliação do especialista, “parte do secretariado [de Garcia] pode abandonar o governo inclusive”. Segundo Teixeira, “uma consequência da fragmentação partidária é a individualização da política”.

“O único grande partido que tomou uma posição partidária [em relação ao segundo turno] foi o PDT, que trouxe Ciro Gomes nessa posição”, disse à CNN.

Contudo, o professor pontuou que “a impressão que se teve é que Ciro não veio muito confortável”.

“Até o presente momento, Bolsonaro sai em vantagem porque conseguiu declarações de apoio mesmo que previsíveis [Romeu Zema, Cláudio Castro e Rodrigo Garcia].

Se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguir apoio de Simone Tebet (MDB), ele no mínimo empata esse jogo”, concluiu.

Movimentações para ganhar voto

Eduardo Grin, cientista político e professor da FGV-RJ, disse à CNN nesta quarta-feira (5) que os candidatos à disputa no segundo turno das eleições precisarão fazer “movimentações” para ganhar votos.

“Não adianta ter apoio se o movimento junto ao eleitor não se modificar”, afirmou.

“Para que haja mudança de voto, no caso de Bolsonaro, ele precisa reduzir a sua rejeição e aumentar a rejeição de Lula”, afirmou.

No caso do apoio ao ex-presidente Lula, Grin avalia que os apoios serão importantes para eleitores que ainda têm rejeição ao PT.

“Esses apoios que estão por vir [a Lula] têm muita relevância, porque significa, para uma ampla parcela da sociedade que tinha, e ainda tem, uma rejeição ao PT, algum tipo de credibilidade para emprestar apoio ao seu voto”.

Segundo ele, “o MDB vai para esse segundo turno rachado”. O professor explica queu no Sul o apoio de mebros do partido deve vir a Jair Bolsonaro e no Nordeste para Lula.

“O MDB não vai entrar nessa eleição identificado, mas Simone Tebet tem um apoio importante porque terminou o primeiro turno em alta. Isso pode ‘emprestar’ a Lula uma credibilidade maior no sentido de olhar para o centro”, disse.

Avaliando o cenário atual, Grin afirma que é “preciso verificar como esses apoios políticos vão se desdobrar na campanha daqui para frente”.

No entanto, o professor afirma que “na simbologia e na força política, os apoios destinados a Bolsonaro fazem ele “arrancar na frente”.

“Transferência de voto” não é simples

Também em entrevista à CNN nesta quarta-feira (5), José Álvaro Moisés, cientista político e professor da USP, avaliou que é necessário que os candidatos que anunciaram apoio às candidaturas do 2° turno se engajem, de alguma maneira, nas campanhas.

“Não pode ser apenas alguma coisa anunciada formalmente, de uma maneira genérica, sem compromisso de ação efetiva. Se o desejo é transferir votos, precisam ir à ação, mostrar que estão na campanha”, explicou o professor.

Segundo analisou Moisés, a capacidade de comunicação com os eleitores será importante, devendo deixar de forma clara os objetivos e propostas — para que as pessoas identifiquem políticas públicas e possíveis melhorias em suas vidas.

O cientista político ainda pontuou que uma previsão dos institutos de pesquisa para a disputa presidencial se concretizou: um grande número de pessoas que já tinham o voto decido. Assim, na visão do professor, os votos possivelmente conquistáveis são, por exemplo, dos eleitores de “Simone Tebet, Ciro Gomes” ou aqueles que votaram branco, nulo ou não compareceram no domingo (2).

Já o professor e cientista político da FGV, Fernando Abrucio, em entrevista ao WW nesta quarta-feira (5), comentou sobre as estratégias dos candidatos na disputa pelo 2º turno da eleição presidencial Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

“O grande gol do Lula hoje é o discurso da Simone Tebet, é um discurso forte, ela tem um eleitorado feminino importante, que pode atrair uma parte mais próxima dos 50% dos votos que ela teve. Isso é muito bom para Lula”, disse o professor.

Já sobre Bolsonaro, Abrucio acredita que o candidato deve usar a máquina do estado para conquistar eleitores de Lula.

“Ordem de batalha do Bolsonaro é ir para os governadores, tentar em Minas e no Rio, fazer com que esses governadores tragam mais votos. Sobretudo, usar a máquina do estado para chegar a eleitores do Lula, amedorentados de um certo modo, e prometer que haverá 13 do Auxílio Brasil, que haverá o céu neste ano e talvez no próximo”, afirmou.

 

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