Aárea sob alerta de desmatamento na Amazônia caiu 45,7% entre agosto de 2023 e julho de 2024 e atingiu o menor número da série histórica. Os dados são do sistema DETER-B do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade de pesquisa do MCTI. A divulgação foi realizada nesta quarta-feira (7), em Brasília, com participação das ministras da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
No período de 12 meses, a área desmatada no bioma amazônico alcançou 4.314,76 km2, contra 7.952 km2 do intervalo 2022-2023. No bioma Cerrado, o DETER-B registrou um aumento de 9% de supressão da vegetação, chegando a 7.015 km2 de área sob alerta. Já no Pantanal, a área sob alerta está em 1.159,98 km2. Como essa medição iniciou em agosto do ano passado, ainda não é possível o comparativo.
A ministra Luciana Santos destacou a retomada da proteção do meio ambiente pelo governo federal e o uso da ciência e tecnologia para monitorar os biomas. A diminuição histórica, segundo ela, demonstra que as políticas públicas estão no caminho certo, mas ainda é necessária uma atenção maior ao Cerrado.
“Desde 1988, o INPE mapeia anualmente o desmatamento na porção brasileira do bioma Amazônia, com o sistema PRODES. Em 2016, esse monitoramento foi expandido para o Cerrado e, a partir de 2023, para todos os demais biomas: Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Pampa. A retomada e a reconstrução do governo do presidente Lula representaram a ampliação das ferramentas a serviço do enfrentamento do desmatamento”, avaliou.
Luciana Santos também ressaltou o papel do monitoramento por satélites e da cooperação científica para alcançar esses resultados.
“O INPE está nesse momento integrando o satélite Amazonia 1B, que juntamente com o Amazonia 1 e os satélites da família CBERS, permitirão aprimorar o monitoramento dos biomas brasileiros. Também estamos fazendo o desenvolvimento de outro satélite de sensoriamento remoto, o CBERS 6, um acordo com a China. É uma operação conjunta. Não é compra, não é transferência tecnológica, é desenvolvimento comum”, frisou.
A ministra Marina Silva apontou o compromisso do governo federal com o desmatamento zero em todos os biomas. Iniciativas como os planos de combate à degradação, a parceria com prefeitos e governadores e as políticas fundiárias têm gerado resultados positivos e revertido tendências de alta no Cerrado.
“É possível ter política pública que faça o enfrentamento do desmatamento. Antes, todos focávamos no desmatamento da Amazônia. Conseguimos resultados e fomos para o Cerrado. Com novos resultados, deslocamos para a Caatinga, Pampa e demais biomas. Com mais resultados, vamos deslocar para as áreas degradadas. É assim que quem não é negacionista faz política pública”, enfatizou.
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