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‘Tour da rejeição’: Lula, no Sul, e Bolsonaro, no Nordeste, focam campanhas em regiões onde enfrentam mais resistência

Principais candidatos à Presidência adotam estratégias semelhantes ao viajar nesta semana a estados onde enfrentam mais dificuldades
Foto: Arte

A 18 dias das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) adotaram estratégias semelhantes nesta semana para tentar diminuir suas rejeições. Os dois vão concentrar esforços em regiões onde as pesquisas registram os maiores índices de eleitores que dizem não votar de jeito nenhum em um deles: o petista no Sul (46% de rejeição, segundo o Ipec), enquanto o candidato do PL no Nordeste (61%). Na bagagem, levarão discursos ajustados para atrair o apoio de segmentos em que aparecem em desvantagem.

Além da baixa popularidade no Nordeste, Bolsonaro é mais rejeitado entre eleitores sem religião ou que não são católicos ou evangélicos (57%), pessoas em que alguém do domicílio recebe benefícios do governo federal (56%) e moradores da capital e da periferia (54% em ambos).

Foi com foco nestes públicos que o presidente esteve ontem em Natal, capital do Rio Grande do Norte, e no sábado estará em Pernambuco, nas cidades de Caruaru e Garanhuns, terra de Lula, seu principal adversário.

Em discurso na capital potiguar, Bolsonaro deu o tom da estratégia traçada para tentar elevar a rejeição a Lula, citando casos se corrupção nas gestões petistas, e reduzir a sua, ao destacar feitos de seu governo, com destaque para o Auxílio Brasil — programa social que substituiu o Bolsa Família — e à transposição do Rio São Francisco — obra iniciada no governo do adversário, mas que o atual presidente reinvidica para si.

— Uma obra que era para ter sido concluída ha 10 anos, lá em 2012, mas quem estava administrando essa obra pensava apenas em desviar dinheiro, e não água para o seu povo — disse Bolsonaro.

O discurso deve se repetir no sábado em Pernambuco, estado natal de Lula. De manhã, Bolsonaro participa de uma motociata em Caruaru e depois segue para Garanhuns, cidade natal de Lula, onde participa de uma Marcha para Jesus.

De acordo com integrantes da campanha, mais do que tentar alavancar candidaturas aliadas na região, a viagem de Bolsonaro tem um tom provocativo. Para o presidente, é importante produzir imagens que demonstrem ter apoio em local considerado um terreno dominado pelo petismo.

No estado, Bolsonaro tenta eleger o seu ex-ministro da Turismo, Gilson Machado (PL), senador, e Anderson Ferreira (PL) para o governo. Os dois, contudo, aparecem em desvantagem para aliados de Lula nas pesquisas eleitorais.

O núcleo da campanha ainda prepara uma visita de Bolsonaro na Bahia, onde Lula tem 62% da intenção de votos contra 20% de Bolsonaro, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira. O estado, quarto maior colégio eleitoral do país, entrou na lista de prioridades da campanha presidencial.

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