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Deltan foi pago por palestra em empresa citada na Lava Jato

Segundo mensagens, procurador recebeu R$ 33 mil de firma que já havia sido mencionada por delator
Foto: Revista Fórum
Foto: Revista Fórum

Do O Globo 

O procurador Deltan Dallagnol , chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, recebeu, em 2018, R$ 33 mil para fazer uma palestra para a empresa Neoway, que havia sido citada dois anos antes em um acordo de delação premiada. A informação, publicada nesta sexta-feira pelo jornal “Folha de S.Paulo”, em parceria com o site “The Intercept”, faz parte de série de reportagens baseadas na troca de mensagens entre os procuradores da Lava-Jato no aplicativo Telegram.

Além de dar a palestra, em março de 2018, segundo a “Folha”, Deltan gravou um vídeo em que elogia o uso de ferramentas tecnológicas da empresa em investigações contra corrupção. No grupo de Whatsapp dos procuradores, ele chega a demonstrar a preocupação de que a gravação poderia ser entendida como se ele estivesse “vendendo o produto deles”. Ele afirma que essa não foi a intenção.

Na mesma época, o procurador tenta marcar uma reunião entre procuradores da força-tarefa e representantes da empresa. A ideia, de acordo com os diálogos) era agregar soluções tecnológicas ao Laboratório de Investigação Anticorrupção (Lina).

Quatro meses após a palestra, Deltan escreveu no chat que mantinha com outros procuradores que acabara de descobrir que a Neoway havia sido citada na delação do lobista Jorge Luz, que atuava para o MDB.

“Isso é um pepino pra mim. É uma brecha que pode ser usada para me atacar (e a LJ), porque dei palestra remunerada para a Neoway, que vende tecnologia para compliance e due diligence, jamais imaginando que poderia aparecer ou estaria em alguma delação sendo negociada”, afirmou o procurador na conversa.

 

Foto: Revista Fórum 

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