O ex-presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira, em Milão, que existe “uma democracia extraordinária no Brasil” e que “nada irá abalar” as instituições do país.
Num discurso para empresários italianos e brasileiros, Temer destacou as reformas realizadas no Brasil desde o governo de José Sarney, nos anos 80, e fez questão de elogiar o legado de cada um dos presidentes ao longo de 30 anos. Temer, porém, deixou o nome de Jair Bolsonaro de fora da lista.
Segundo ele, Sarney permitiu a redemocratização, Fernando Collor de Mello “revolucionou a indústria”, Fernando Henrique Cardoso realizou reformas, Luiz Inácio Lula da Silva “tornou visível a pobreza e propôs fórmulas” para lidar com isso e Dilma Rousseff “deu sequência”.
Temer ainda destacou seu papel nesse processo, apontando que seu governo teve “coragem e ousadia” de conduzir a reforma trabalhista. “Isso é mexer em vespeiro”, disse. Segundo ele, porém, o diálogo teria permitido que o processo fosse conduzido “sem greves”.
Mas não houve qualquer referência ao presidente que deixou o poder ao final de 2022. Seu discurso ocorreu no evento Lide, do ex-governador de São Paulo, João Doria. Temer destacava o processo de internacionalização do Brasil e suas reformas desde o final do regime militar.
Num dos momentos de sua fala, o ex-presidente lembrou que Doria sugeriu que ele “falasse bem” do Brasil diante da audiência internacional do evento. Mas emendou que falaria sobre as ações concretas no país para ancorar essa recomendação.
“Há uma democracia extraordinária no Brasil”, constatou o ex-presidente que assumiu o governo depois do impeachment de Dilma Rousseff. Elogiando as instituições, Temer ainda insistiu: “nada pode abalá-las”.
A declaração de Michel Temer ocorre um dia depois da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli de anular todas as provas obtidas a partir de delações da Odebrecht e considerar a prisão do presidente Lula “um dos maiores erros judiciários da história do país”.
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