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Prefeito de Guajará investigado pela PF vai gastar R$ 1,1 milhão em obra de quadra poliesportiva

As apurações indicam que uma única empresa venceu todos os certames licitatórios para o fornecimento das passagens
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O prefeito de Guajará (AM), Adaildo da Costa Melo Filho (União Brasil), alvo de uma investigação da Polícia Federal neste ano, autorizou a prorrogação de contrato para a construção de uma quadra poliesportiva no valor de R$ 1.130.840,18. O extrato do segundo termo aditivo ao Contrato nº 42/2024 foi publicado pela Secretaria Municipal de Finanças e prorroga a vigência do contrato por 90 dias, a partir de 10 de outubro de 2025, com término previsto para 10 de janeiro de 2026.

O acordo foi firmado entre a Prefeitura Municipal de Guajará e a empresa F. C. O. Rosas & M. N. Pinheiro Ltda. (CNPJ 34.711.259/0001-62). Segundo o documento, a prorrogação tem como objetivo permitir a retomada da construção da quadra na comunidade do Gama, conforme as especificações do projeto básico e anexos técnicos.

Os recursos são provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e estão vinculados à Secretaria Municipal de Educação (SEMED), no programa Promoção ao Entretenimento e ao Esporte. A execução segue os dispositivos da Lei Federal nº 14.133/2021, que rege as licitações e contratos públicos.

Operação da PF

Em abril deste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Embarque Fantasma, que investiga um suposto esquema de desvio de verbas públicas em Guajará. A ação também atingiu o município de Cruzeiro do Sul (AC) e teve como alvos pessoas ligadas ao prefeito Adaildo Melo.

De acordo com as investigações, o esquema envolveria o pagamento de passagens aéreas que nunca foram emitidas entre 2017 e 2021, período em que Adaildo era vice-prefeito. Segundo a PF, nesse intervalo o município de Guajará chegou a gastar mais com viagens aéreas do que a capital Manaus, mesmo tendo uma população 131 vezes menor.

As apurações indicam que uma única empresa venceu todos os certames licitatórios para o fornecimento das passagens, possivelmente em conluio com outras participantes. O relatório da operação apontou ainda notas fiscais genéricas, ausência de bilhetes aéreos, justificativas inconsistentes para aditivos contratuais e falta de atestados funcionais.

A operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Guajará e Cruzeiro do Sul, além do sequestro de um veículo. Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Apesar das investigações em curso, o prefeito segue à frente da administração municipal e continua assinando contratos de alto valor, como o da nova quadra esportiva financiada com recursos federais.

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