Da Redação
O prefeito Arthur Virgílio Neto esteve, na noite desta terça-feira, 28/5, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Leonor Brilhante, localizada na avenida Autaz Mirim, no Tancredo Neves, zona Leste, para garantir o funcionamento da unidade após indícios de que a localidade onde a unidade está situada estaria com “toque de recolher”, imposto por parte de uma facção criminosa que atua na região.
Acompanhado da primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro, o prefeito permaneceu na UBS até seu fechamento às 21h, uma vez que a unidade é uma das dez que funcionam com horário estendido. O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Joelson Silva, e os vereadores Marcel Alexandre, coronel Gilvandro e Cláudio Proença também acompanharam o prefeito.
Ao ser informado de que criminosos tentaram impor o medo para que fosse cancelado o atendimento na UBS, o prefeito imediatamente se deslocou até o local, para levar seu apoio aos funcionários e usuários dos serviços. Para ele, essa situação é inadmissível e não pode ser tolerada de nenhuma maneira.
“Eu sou uma pessoa desarmada e um poder desarmado. Mas não desarmado de força moral. Sempre que acontece alguma coisa desse tipo, eu compareço para ser solidário com as pessoas ameaçadas. Quando me avisaram que haveria um toque de recolher eu achei um acinte tão grande, porque isso é coisa de ditadura. E isso aqui é uma democracia. Aqui se encerram os serviços às 21h. O que me cumpria fazer, eu fiz. Eu estou aqui e vou permanecer até que se encerrem os serviços”, explicou.
De acordo com o prefeito, foram passadas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, as informações sobre os toques de recolher que acontecem em alguns bairros, prejudicando o funcionamento de aparelhos do município. Arthur destacou que espera pela visita do ministro e que de alguma forma o governo federal possa ajudar a resolver os problemas da segurança pública em Manaus.
“Eles estão bastante informados sobre o que se passa pela nossa terra e eu espero a visita do ministro Sérgio Moro, para que ele se insira cada vez mais e tome as providências que achar que cabem, porque nós precisamos de segurança e precisamos devolver o Amazonas aos amazonenses, porque isso aqui não pode ser terra de traficantes e ‘foras da lei’. Tem que ser terra de pessoas de bem, que precisam recuperar sua dignidade e seu direito de ir e vir”, disse o prefeito.
Ao ser indagado sobre o que a prefeitura fará para garantir a segurança de escolas e UBSs, o prefeito criticou o governo do Estado, responsável pelas ações de segurança pública no Amazonas.
“Nós estamos em um estado de anomia, onde não há comando, organização financeira, moral e segurança. O que posso fazer é lavrar o meu protesto e, mesmo desarmado como sou e sempre vou estar, ficar presente ao lado dos meus servidores quando sofrerem ameaças. Por isso, peço que o governador cuide de cumprir com o seu dever, pois temos que restabelecer a segurança. Temos duas polícias valorosas que precisam ser usadas com comando e respeito por parte do governador, que não se compenetrou de que é governador”, finalizou.
Escola prejudicada
Também por conta do medo de moradores e pais de alunos com a violência, no bairro Viver Melhor, na zona Norte, a escola municipal Rosa Sverner encerrou seu horário meia hora antes do habitual, a pedido dos pais, para garantir a segurança das crianças no retorno para suas casas. Devido à onda de violência e sensação de insegurança, metade dos alunos não compareceu à escola nesta terça.
Fotos – Mário Oliveira / Semcom
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