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Paulo Guedes pode entrar na mira da PF por fraudes em auxílios eleitoreiros

Flávio Dino pediu abertura de investigação sobre auditoria da CGU que detectou que auxílios pagos a taxistas e caminhoneiros incluíram pessoas sem habilitação e até mortos.
Créditos: Presidência da República

Ex-ministro da Economia e principal articulador de Jair Bolsonaro (PL) – desde a candidatura à Presidência – junto à mídia liberal e ao sistema financeiro, Paulo Guedes pode entrar na mira da Polícia Federal (PF) por causa das fraudes em pagamentos feitos em auxílios eleitoreiros detectadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Nesta terça-feira (6), o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que está enviando os relatórios da CGU sobre irregularidades nos pagamentos de auxílios taxista e caminhoneiro para abertura de investigação pela PF.

“A Controladoria Geral da União (CGU) identificou indícios de fraudes no pagamento de auxílio-taxista e de auxílio-caminhoneiro, em 2022. Estou enviando os relatórios à Polícia Federal para investigação dos agentes responsáveis pelos pagamentos indevidos”, afirmou Dino no Twitter.

https://twitter.com/FlavioDino/status/1666032932656431104?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1666032932656431104%7Ctwgr%

 

Junto com Pedro Guimarães, que foi afastado da presidência da Caixa Econômica Federal (CEF) por denúncias de assédio sexual a funcionárias, Guedes foi um dos principais articuladores do pagamento dos benefícios, que começaram a ser pagos em agosto de 2022, com valor adicional retroativo ao mês de julho, há três meses das eleições.

Guedes deu aval ao pagamento dos benefícios propostos por Bolsonaro quando já se encontrava atrás das pesquisas de intenção de votos. Só a bolsa-caminhoneiro custou cerca de R$ 2,3 bi ao orçamento. Já aos taxistas, o custo chegou a R$ 1,84 bi.

Na auditoria, a CGU detectou que há suspeitas de fraudes em cerca de R$ 2 bi pagos nos benefícios a caminhoneiros e taxistas, que receberam R$ 1 mil mensais entre julho e dezembro de 2022.

O relatório aponta que 356.773 pessoas receberam parcelas sem ter direito legal aos recursos. Segundo a CGU, o governo Bolsonaro teria incluído 110.051 pessoas irregularmente no Auxílio-Caminhoneiro e outras 246.722 no Auxílio Taxista. Esses números correspondem, respectivamente, a 27,3% e 78% do total de beneficiários de cada programa.

Segundo a CGU, de um total de 314.025 taxistas, 246.722 (78%) não preenchiam os requisitos para receber o benefício. Beneficiários com CPF irregular, sem habilitação para dirigir, que moravam fora do país e mesmo mortos estavam na lista de recebedores.

Em relação aos caminhoneiros, o governo Bolsonaro teria desembolsado indevidamente outros R$ 582.873.000,00, valor que representa 25% do total pago, de R$ 2,3 bilhões.

O prejuízo potencial se deve ao fato de que, dos 402.773 beneficiários (do Auxílio Caminhoneiro) que participaram do programa, 110.051 não cumpriram critérios de elegibilidade para o recebimento do benefício ou requisitos previstos nas normas, assim como verificado no benefício a taxistas, explica a CGU em nota. A lista dos beneficiários incluía motoristas sem habilitação e mesmo mortos, entre outras irregularidades.

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