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Para conter inflação, taxa Selic pode chegar a 11,75% nesta semana

Com a alta dos preços, a expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros aumente 1 ponto percentual
REUTERS/AMANDA PEROBELLI

O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, define na quarta-feira (16) o novo patamar dos juros básicos da economia brasileira. A previsão do mercado financeiro é que a taxa Selic aumente 1 ponto percentual, em uma nova tentativa de conter a inflação.

Caso as expectativas sejam confirmadas, será o nono aumento consecutivo e a taxa básica de juros passará dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano, o maior nível desde fevereiro de 2017.

A alta dos preços internacionais do petróleo após a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os custos dos combustíveis. A Petrobras reajustou desde a sexta-feira (11) cerca de 25% o preço do diesel em suas refinarias e 18% o da gasolina.

A recente escalada nos preços das commodities e previsões de alta da inflação de alimentos e energia podem impactar a decisão do Copom. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, subiu 1,01% em fevereiro, acumulando alta de 10,54% em 12 meses.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em evento, em fevereiro, que o órgão vai usar todas as ferramentas para trazer a inflação para a meta. “Saímos na frente no aperto monetário. Apesar de nossa inflação maior, acho que temos mostrado que estamos acompanhando. Vamos usar todas as nossas ferramentas para trazer inflação para a meta”, garantiu.

Na última reunião, o Copom destacou a necessidade de reduzir o ritmo de ajuste da taxa básica de juros, em ascensão desde março do ano passado. No período, os juros saltaram de 2% para 10,75% ao ano.

A trajetória de alta da taxa básica começou em março do ano passado, quando a Selic estava em 2% ao ano, o menor patamar da história, após uma série de reduções iniciada em 2016. Para o fim de 2022, a projeção do mercado é que a taxa alcance 12,25% ao ano. Mas já há analistas que apostam em 13,25%.

“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, destacou em documento.

Antes do veredicto, o presidente do BC e os oito diretores da autoridade monetária se reúnem nesta terça (15) e quarta-feira (16) para projetar as possibilidades futuras da economia nacional e definir o novo nível da taxa Selic.

A decisão sobre os novos juros básicos será anunciada após as 18h30 e ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

O que é a Selic?

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

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