Manaus foi uma das cidades brasileiras a aderir à mobilização nacional em defesa da democracia neste domingo (21). Centenas de manifestantes se reuniram no Centro da capital amazonense para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dificulta a responsabilização de parlamentares — apelidada de “PEC da Bandidagem” — e contra o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A manifestação teve início por volta das 8h, na Avenida Getúlio Vargas, e seguiu em caminhada até a Avenida Sete de Setembro. Com cartazes, faixas e palavras de ordem, os manifestantes expressaram rejeição às pautas em tramitação no Congresso Nacional. Entre os dizeres, destacavam-se mensagens como “Sem anistia e sem perdão”, “Não à PEC da Bandidagem” e “Brasil quer justiça”.
O protesto em Manaus integrou uma série de atos organizados por movimentos sociais, frentes populares, centrais sindicais e coletivos culturais em mais de 20 capitais e outras 30 cidades do país. A mobilização teve como principal objetivo pressionar o Senado Federal a barrar as propostas legislativas, consideradas por seus críticos como retrocessos à democracia e estímulos à impunidade.
A chamada PEC da Blindagem foi aprovada na Câmara dos Deputados em 16 de setembro e prevê regras mais rígidas para a prisão e o andamento de processos criminais contra parlamentares. Já o projeto de lei da anistia, em discussão na Câmara, propõe perdoar ou reduzir as penas de envolvidos nos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no início de 2023.
Para o advogado e militante Marcelo Amil, presente no ato em Manaus, ambas as propostas representam uma ameaça à democracia e um desrespeito à sociedade brasileira. “O povo foi para a rua para dizer que não se pode votar uma PEC da Bandidagem, um tapa na cara da sociedade”, afirmou. “O Congresso tem que ser a casa do povo, e não a casa do crime.”
Amil também criticou o projeto de anistia. “Os parlamentares estão votando pela impunidade. Querem anistiar golpistas. Não podemos aceitar isso. Nossa democracia foi atacada, e quem a atacou precisa responder por seus crimes”, completou.
O protesto em Manaus transcorreu de forma pacífica e sem registro de incidentes. A mobilização nacional reforça a pressão de movimentos sociais e da sociedade civil organizada sobre o Congresso, em um momento considerado decisivo para a manutenção das garantias democráticas no país.

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