BRASÍLIA — A possibilidade de mudanças no primeiro escalão de governo — a reforma deverá ocorrer depois da eleição para as Mesas Diretoras do Congresso — inclui também a volta de um modelo que vigorava antes da gestão do presidente Jair Bolsonaro: o governo avalia dividir o Ministério da Economia, que hoje concentra atribuições anteriormente espalhadas em outras pastas.
Neste contexto, seria recriado o Ministério da Indústria e Comércio, que foi ocupado pelo deputado federal Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, durante o governo de Michel Temer. Depois de tentar viabilizar, em vão, sua candidatura à presidência da Câmara, Pereira deixou o grupo do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e embarcou na candidatura do preferido de Bolsonaro para o posto, Arthur Lira (PP-AL).
No Palácio do Planalto, a indicação de Pereira, em caso de recriação da pasta, é vista com bons olhos. Após a Ford anunciar o fechamento das fábricas no país, o parlamentar disse nas redes sociais que representantes da indústria costumam recorrer a ele, na Câmara, porque “não encontram respaldo no que deveria ser ‘a casa da indústria’ no governo”. Ele nega, no entanto, que tenha a pretensão de voltar ao cargo.
— Eu não vou ser ministro. Não é meu projeto nesse momento — disse ao GLOBO.
Integrantes do centrão defendem ainda que o desmembramento da Economia inclua a volta do Ministério do Planejamento, esvaziando substancialmente os poderes do ministro Paulo Guedes. O desenho do governo Bolsonaro deu a ele um “superministério”, reunindo Fazenda, Indústria e Comércio, Planejamento e Trabalho. Além de credenciar Guedes como nome forte do governo, a fusão atendeu a uma promessa de campanha de Bolsonaro: a de reduzir o número de ministérios.
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