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Escolha de novo corregedor da Abin desagrada servidores e gera desgaste interno

Delegado da PF, José Fernando Moraes Chuy vai herdar apurações administrativas sobre esquema de espionagem ilegal
abin-fachada
Antonio Cruz/Agência Brasil

 

A escolha do novo corregedor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) desagradou servidores e causou desgaste interno no órgão, já sob pressão em meio às investigações da chamada “Abin paralela”.

A resistência a Chuy remonta a 2018, quando ele lançou o livro “Operação Hashtag – A primeira condenação de terroristas islâmicos na América Latina”. A percepção dos servidores é que o delegado minimizou a atuação da Abin no episódio.

Agora, Chuy vai “herdar” as apurações administrativas em torno dos funcionários envolvidos no esquema de espionagem ilegal que, segundo inquérito da própria PF, vigorou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) disse considerar “preocupante” e “injustificada” a indicação de um corregedor-geral que não é servidor de carreira do órgão, além de um “desprestígio” à categoria.

“Temos certeza que a instituição possui excelentes quadros para ocupar a função e por isso consideramos irrazoável. Nos preocupa as consequências de uma indicação como essa em uma instituição republicana”, diz nota da Intelis.

Chuy deve assumir o cargo em 31 de agosto, em substituição à oficial de inteligência Lidiane Souza dos Santos, indicada durante a gestão do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado de Bolsonaro e um dos alvos da investigação sobre a espionagem ilegal.

CNN entrou em contato com a Polícia Federal para comentar as críticas da Intelis ao delegado, mas ainda não teve retorno.

 

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