A escolha do novo corregedor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) desagradou servidores e causou desgaste interno no órgão, já sob pressão em meio às investigações da chamada “Abin paralela”.
A resistência a Chuy remonta a 2018, quando ele lançou o livro “Operação Hashtag – A primeira condenação de terroristas islâmicos na América Latina”. A percepção dos servidores é que o delegado minimizou a atuação da Abin no episódio.
Agora, Chuy vai “herdar” as apurações administrativas em torno dos funcionários envolvidos no esquema de espionagem ilegal que, segundo inquérito da própria PF, vigorou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) disse considerar “preocupante” e “injustificada” a indicação de um corregedor-geral que não é servidor de carreira do órgão, além de um “desprestígio” à categoria.
“Temos certeza que a instituição possui excelentes quadros para ocupar a função e por isso consideramos irrazoável. Nos preocupa as consequências de uma indicação como essa em uma instituição republicana”, diz nota da Intelis.
Chuy deve assumir o cargo em 31 de agosto, em substituição à oficial de inteligência Lidiane Souza dos Santos, indicada durante a gestão do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado de Bolsonaro e um dos alvos da investigação sobre a espionagem ilegal.
A CNN entrou em contato com a Polícia Federal para comentar as críticas da Intelis ao delegado, mas ainda não teve retorno.
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