Três empresários do Amazonas foram presos em flagrante pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (20) no Aeroporto Internacional de Brasília, ao serem flagrados transportando mais de R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo em malas. A quantia foi descoberta durante uma fiscalização de rotina nos volumes despachados de um voo da Latam com origem em Manaus.
Os detidos foram identificados como César de Jesus Glória Albuquerque, Erick Pinto Saraiva e Vagner Santos Moitinho. De acordo com a PF, os três viajavam juntos e apresentaram versões contraditórias sobre a origem e o destino do dinheiro. Eles alegaram que os valores seriam usados para a compra de insumos e o pagamento de dívidas em Goiás, mas não souberam detalhar os locais de compra nem os credores envolvidos.
Empresário com histórico de contratos suspeitos
Um dos empresários presos, César Albuquerque, é proprietário da empresa Comercial CJ – Comércio de Produtos Alimentícios Ltda., com sede em Presidente Figueiredo, no Amazonas. No mês passado, a empresa foi autorizada a receber R$ 2.596.830,00 da Prefeitura de Coari, administrada por Adail Filho, para o fornecimento de bolsas, bonés, tecidos e outros itens. Isso chamou a atenção, pois a atividade principal da Comercial CJ é o comércio de alimentos. A empresa, inclusive, já chegou a prestar serviços funerários, o que demonstra uma atuação atípica para seu ramo de registro.
A Polícia Federal também informou que há indícios de que os empresários possuem vínculos com empresas de capacidade econômica e financeira incompatível com o capital social declarado. As investigações continuam para apurar a possível origem ilícita dos valores apreendidos.
Viagem de curta duração levanta suspeitas
Além da vultosa quantia em dinheiro, outro fato que levantou suspeitas foi que os empresários já tinham passagens compradas para retornar a Manaus na mesma noite, indicando uma viagem de curtíssima duração. A PF suspeita que o transporte do dinheiro tenha ligação com contratos públicos e possíveis esquemas de desvio de verbas municipais.
Os três empresários permanecem presos e à disposição da Justiça Federal para as investigações.
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