Em documento endereçado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a cúpula da extinta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 detalha os crimes que teriam sido cometidos pelos investigados que tiveram o indiciamento sugerido no relatório do colegiado. A informação foi antecipada pelo portal UOL e confirmada pelo Metrópoles.
O documento é uma ferramenta de pressão do ex-presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), do ex-vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Recentemente, o PGR sinalizou para a possibilidade de sugerir o arquivamento do relatório por, segundo ele, não ter apresentado provas passíveis de acusação. Em entrevista à CNN Brasil, Aras disse ter recebido “um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas”.
A fala irritou a cúpula da comissão, que reagiu contra o PGR. Pelas redes sociais, Randolfe chegou a dizer que Aras “não atua em defesa do interesse público” e prometeu procurar “outros meios para que ele pegue no trabalho”.
O relator, por sua vez, afirmou que o PGR adotou manobras para “comprar tempo” e evitar uma eventual responsabilização penal ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que é um dos indiciados no relatório da CPI.
“Na sua estratégia de ‘comprar tempo’, a PGR pediu para a CPI da Covid individualizar provas, como se centenas delas já não fossem suficientes. Nesse ritmo, só falta a PGR pedir, e não estranhem se isso acontecer, a exumação de 640 mil vítimas do descaso de Bolsonaro”, publicou.
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