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Desmatamento ameaça cultivo milenar de mandioca na Amazônia

Para especialistas, um ato de resistência ao agronegócio que corre o risco de desaparecer em meio à destruição da floresta.
Fot5o: Divulgação

Casas de farinha” são parte importante da cultura dos povos amazônicos há milhares de anos. Para especialistas, um ato de resistência ao agronegócio que corre o risco de desaparecer em meio à destruição da floresta. Quem navega pelas águas do rio Manicoré, no sul do Amazonas, consegue sentir o cheiro defumado vindo da floresta densa que cerca o rio. Nas margens, é possível ver canoas submersas na água, carregadas com mandioca descascada. Uma dessas canoas é de Dona Eliane, moradora da floresta e produtora da tradicional farinha de mandioca da Amazônia.

“As mandiocas ficam fermentando aí [dentro da canoa submersa] por três dias. Depois, a gente tira elas do rio, traz ‘para cima’, amassa e deixa a massa secar, até passar na peneira e ser torrada”, explica Jéssica, filha de Dona Eliane, no topo do barranco entre o rio e a casa de madeira onde a família vive.

Trabalhando desde manhã na casa de farinha, a poucos metros da residência da família, Dona Eliane está envolta em uma fumaça cinza, torrando grãos de mandioca que se espalham sob um tacho preto de mais de um metro de diâmetro aquecido por fogo à lenha – daí o cheiro defumado.

Todas as quinze comunidades ao longo do rio Manicoré têm casas de farinha, construções rústicas onde os ribeirinhos fazem o beneficiamento da mandioca e a produção artesanal da farinha e dos demais subprodutos da mandioca, como o tucupi (caldo azedo usado na preparação do tacacá), a goma de tapioca e o beiju.

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