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criança perder oito dentes em creche

Os pais de uma criança de apenas dois anos, que tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) mais alto (grau 3) registraram uma ocorrência na Delegacia de Polícia de Mirassol na segunda-feira (20) após o filho sofrer um acidente enquanto ...
Foto: Divulgação

O pai do menino, Antônio Carlos Pereira da Silva Junior, explicou em contato ao Mirassol Conectada que estava trabalhando quando recebeu um telefonema da creche pedindo para que ele fosse até a unidade educacional, pois o filho havia sofrido uma “quedinha”. Ao chegar no local ele encontrou a criança chorando muito e sangrando e foi informado pelas professoras de que o mesmo teria caído da própria altura, escorregado a mão e batido com o rosto no chão, cortando a boca por dentro e por fora.

A família buscou por atendimento no hospital Unimed, em Rio Preto, onde a criança recebeu a primeira avaliação. A médica informou que o acidente teria causado danos em pelo menos cinco dentes e orientou os pais a buscarem por atendimento com um dentista. Como a criança não possui convênio odontológico, os pais foram orientados pelo município a irem até o Centro de Atendimento Odontológico (CEO) para ser avaliada por um profissional, mas ao chegarem no local foram informados de que em Mirassol não tinha dentista especializado em atendimento à crianças especiais.

“Não tem odonto pediatra especialista para crianças especiais no município, não existe. A única odonto pediatra que tem fica no CEO e ela não atende crianças especiais, então o município ele está nos auxiliando com o simples, fazendo aquilo que eles já fazem para qualquer outro cidadão, mas com muita falta de responsabilidade, querendo sempre tirar o deles da reta, querendo sempre mandar pra outro canto, fazer outra coisa, nunca de uma forma correta. Então assim, o município não está nos auxiliando em nada. Até agora ninguém me ligou para perguntar como o meu filho está, se ele melhorou, se ele tá bem, se não está”, explica Antonio.

Sem condições de custearem um profissional particular, os pais recorreram ao Departamento de Saúde do município em busca de uma solução e lá o responsável pelo atendimento solicitou um encaminhamento para o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Rio Preto. Contudo, o pai não foi informado de que esse atendimento poderia demorar, ele só ficou ciente disso quando entrou em contato com a instituição para saber o horário que o filho seria atendido.

“Eu na inocência acabei não perguntando sobre o atendimento, como me disseram que o AME entraria em contato eu fiquei aguardando, mas filho estava com dor, então decidi ligar para saber qual horário ele seria atendido, foi quando eu fui informado de que o processo era demorado e que ele entraria em uma fila. Com isso precisei voltar ao departamento e praticamente implorar por uma solução, foi aí que eles ligaram lá e conseguiram encaixar ele”, completa o pai da criança.

O menino foi atendido no AME na terça-feira (21) e precisou ter os dois dentes da frente extraídos. Para os pais todo esse trauma acarretará em vários problemas, já que esses dentes irão crescer novamente somente quando a criança tiver por volta dos sete anos de idade.

“Foi bem traumático ver a situação, mas foi necessário, ele se debatia na cadeira querendo sair. Mas ele foi anestesiado, a dentista que atendeu ele no AME é uma senhora de uma especialista, perfeita, uma mulher que a todo momento falava o que estava fazendo, explicava o que ia fazer, pedia a nossa ajuda para segurar o Gabriel, é uma especialista muito boa”, diz o pai.

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Imagem: arquivo pessoal

Em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura, o Mirassol Conectada recebeu a seguinte nota: “houve uma queda na creche, a família foi prontamente chamada e a criança foi encaminhada para o pronto atendimento da saúde. Como a criança não se deixou ser manipulada, foi encaminhada ao AME, onde teve dificuldades para se ter a vaga, a qual foi resolvida no horário do almoço. Ela foi encaminhada na tarde desta terça-feira para tratamento especializado no AME.

Os pais estão extremamente insatisfeitos com a atenção que receberam do município, segundo Antônio, até o momento ninguém entrou em contato com a família para saber sobre o estado de saúde da criança. Ele diz ainda que acredita que o filho não tenha caído da própria altura e sim sofrido uma queda mais séria, pois senão não teria ficado com os dentes quebrados, ele acredita que os professores estejam ocultando como realmente aconteceu a queda, a informação foi registrada na ocorrência.

O pai explica que o filho foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista nível 3 e que a orientação da médica neurologista descrita em laudo é de que ele tenha um professor auxiliar acompanhando em sala de aula, para melhor estimulação, direito que é previsto em lei. No entanto, a família soube posteriormente que existem dois professores na sala de aula, mas que a pessoa responsável por acompanhar a criança é uma estagiária de ensino médio e, portanto, sem preparo para lidar com seu caso.

Os responsáveis pretendem ingressar com um processo contra o município, pois não tem condições financeiras de arcar com os custos dentários. A ocorrência foi registrada como lesão corporal pela Polícia Civil, que deve investigar o caso.

 

 

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