O setor da construção civil no Amazonas encolheu significativamente na última década. Entre 2014 e 2023, o número de empresas ativas caiu 21,9%, passando de 725 para 566, segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgados nesta quarta-feira (22) pelo IBGE.
A retração foi ainda mais expressiva no mercado de trabalho. O total de empregados no setor caiu 26,3% no período, saindo de 31.937 em 2014 para 23.534 em 2023. O pior momento foi registrado em 2017, com apenas 457 empresas em operação e 17.125 trabalhadores ativos.
Apesar da crise, os dados apontam uma recuperação gradual nos últimos anos. Em 2023, o número de trabalhadores cresceu 11,7% em relação a 2022, indicando uma retomada moderada das atividades no setor.
O volume financeiro também mostra variações relevantes. Em 2023, os salários e remunerações somaram R$ 723,4 milhões, valor ainda inferior aos R$ 740 milhões pagos em 2014. O ponto mais baixo foi em 2017, com apenas R$ 494 milhões destinados à folha de pagamento.
Por outro lado, os custos com obras e serviços de construção cresceram 11,5% na década, atingindo R$ 2,1 bilhões em 2023. Já o valor total das obras e serviços contratados aumentou 22,6%, alcançando R$ 5,6 bilhões no último ano.
A participação do Amazonas no mercado da construção civil da Região Norte também avançou, subindo de 18,1% em 2014 para 19,9% em 2023. No entanto, o estado ainda enfrenta desafios estruturais, como a dependência do transporte fluvial, que sofre com os efeitos das estiagens cada vez mais severas.
Apesar da leve recuperação, o setor da construção civil no Amazonas ainda opera em um patamar inferior ao da década passada e depende de melhorias na infraestrutura e de políticas de incentivo para retomar plenamente seu desempenho.
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