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Censo revela panorama da deficiência e do autismo no Amazonas

O Amazonas ocupa uma posição intermediária no ranking nacional
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Censo 2022 revela que 7% da população do Amazonas tem algum tipo de deficiência e 1% é diagnosticada com autismo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (23), os dados do Censo Demográfico 2022 sobre pessoas com deficiência e diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os números mostram que, no Amazonas, 266.814 pessoas, ou 7,01% da população com dois anos ou mais, convivem com algum tipo de deficiência. Em Manaus, a capital, o índice é ainda maior: 7,4%, representando 147.873 pessoas. A média estadual está ligeiramente abaixo da nacional (7,3%) e próxima da média da Região Norte (7,1%).

Já em relação ao autismo, o estado contabiliza 43.983 pessoas diagnosticadas, o que corresponde a 1,1% da população, enquanto em Manaus o número é de 27.636 pessoas, ou 1,3%, revelando uma prevalência um pouco mais alta na capital.

Perfis e recortes dos dados de deficiência

O levantamento abrangeu cinco domínios funcionais: visão, audição, mobilidade nos membros inferiores, coordenação motora fina e funções mentais. A deficiência mais comum no estado é a dificuldade permanente de enxergar, mesmo com o uso de óculos, afetando 180.608 pessoas (4,7%). Dificuldades para andar ou subir degraus (1,9%) e para se comunicar ou realizar tarefas básicas (1,1%) também se destacam.

Entre os municípios amazonenses, Manaus lidera com o maior número absoluto de pessoas com deficiência, seguido por Manacapuru, Itacoatiara e Tefé. Na outra ponta, Japurá, Amaturá e Santa Isabel do Rio Negro registram os menores quantitativos.

A faixa etária com maior número de pessoas com deficiência está entre 45 e 49 anos, com 25.502 casos. A maioria dos diagnosticados é do sexo feminino (7,5%) e autodeclarada parda (180.178 pessoas).

Multidificuldades e condições de moradia

O Amazonas apresenta 1,8% da população com múltiplas deficiências, acima da média nacional de 2%. Em 26% dos domicílios do estado havia pelo menos um morador com deficiência em 2022. Entre esses domicílios, 2.797 não dispunham de banheiro nem sanitário, evidenciando desafios de infraestrutura para essa população.

Educação e população indígena

Os dados educacionais mostram que a maioria das pessoas com deficiência no Amazonas têm baixa escolaridade. Entre os indígenas com deficiência, 73,26% não têm instrução ou não completaram o ensino fundamental. Apenas 3,25% dos indígenas com deficiência concluíram o ensino superior.

O estado possui 473.201 pessoas indígenas, das quais 32.127 (12%) têm algum tipo de deficiência. Em Manaus, residem 8.258 indígenas com deficiência.

Autismo no Amazonas: prevalência entre os jovens e população parda

O Censo também trouxe dados inéditos sobre o diagnóstico de autismo. Das 43.983 pessoas diagnosticadas no Amazonas, a maioria está concentrada nas faixas etárias de 5 a 9 anos (17,8%), 0 a 4 anos (12,9%) e 10 a 14 anos (13,8%), indicando que os diagnósticos são mais comuns entre os mais jovens.

A prevalência é maior entre homens (64,5% no estado) e entre pessoas de cor parda (66,4%). No ambiente escolar, 69,2% das crianças e adolescentes com autismo frequentavam o ensino fundamental regular.

Entre os indígenas com autismo, o estado contabiliza 4.368 casos, sendo 959 em Manaus. Municípios como Apuí e Urucará registraram apenas um e três casos, respectivamente.

Comparativo nacional

O Amazonas ocupa a 19ª posição entre os estados com maior proporção de pessoas com deficiência. Alagoas, Piauí e Pernambuco lideram o ranking, enquanto Roraima, Mato Grosso e Santa Catarina têm os menores percentuais. Em relação ao autismo, a prevalência no estado (1,1%) está alinhada à média nacional (1,2%).

Considerações

Os dados do Censo 2022 reforçam a importância da formulação de políticas públicas voltadas à inclusão e acessibilidade. A expressiva presença de pessoas com deficiência e com diagnóstico de autismo, especialmente entre as populações mais vulneráveis — como indígenas e moradores de áreas com pouca infraestrutura —, evidencia a necessidade de maior atenção por parte dos gestores públicos, especialmente nas áreas de saúde, educação e habitação.

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