Em conversa com um parlamentar aliado, Bolsonaro comentou a resposta em que o Tribunal Superior Eleitoral rejeitou as sete sugestões mais recentes das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral. Declarou que o conteúdo do documento é “arrogante” e “desrespeitoso”. Absteve-se de esclarecer os trechos em que enxergou arrogância e desrespeito.
Bolsonaro criticou Edson Fachin, presidente do TSE, por “recusar” audiência ao general Paulo Sérgio de Oliveira, ministro da Defesa. Fachin sustenta que já recebeu o general. O presidente repetiu que os militares foram “convidados” a colaborar por Luís Roberto Barroso, antecessor de Fachin. Antes, achava que o TSE deveria “agradecer” a contribuição. Agora, avalia que a Corte deve um “pedido de desculpas” às Forças Armadas.
O presidente não revelou quais serão os seus próximos passos. Na semana passada, havia declarado que o PL, seu partido, contrataria uma empresa privada para auditar as eleições. Insinuara que a inspeção teria potencial para “complicar” a Justiça Eleitoral.
De concreto, por ora, apenas a evidência de que Bolsonaro não cogita interromper os ataques ao sistema eleitoral e as críticas aos magistrados. Pelo menos um líder do centrão o aconselhou a moderar o tom.
No ofício que enviou nesta segunda-feira aos membros da Comissão de Transparência Eleitoral, órgão criado por Barroso em setembro do ano passado, Fachin anotou que a Justiça Eleitoral, por seu histórico de “eleições íntegras”, firmou-se “como verdadeiro patrimônio imaterial da sociedade brasileira”.
Fachin escreveu no texto que o TSE “manterá a sua firme atuação voltada a garantir paz e segurança nas eleições, a aprimorar o processo eleitoral, a propagar informações de qualidade”. Repetiu que o tribunal vai “exortar o respeito ao resultado das eleições como condição de possibilidade do Estado de Direito Democrático e de uma sociedade livre, justa e solidária, nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil”.
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