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Abandono de pets aumenta no período de férias

Tutores devem garantir a melhor opção de cuidado para o animal ao viajar
Foto: Divulgacão

Uma situação infelizmente comum acontece todos os anos com a chegada
das férias: o abandono de pets, uma preocupação a mais para quem dedica
a vida a cuidar dos animais, como as ONGs. A situação foi ampliada com a
pandemia, que fez cair o número de eventos de adoção.

"A irresponsabilidade de muita gente faz com que uma viagem seja uma
razão para abandonar um animal, o que é uma tristeza. Por causa da
pandemia, as pessoas ficaram muito tempo sem viajar e agora é a primeira
oportunidade depois de muito tempo. Então, a preocupação dos protetores e
das ONGs é gigantesca", comenta o jornalista Celso Zucatelli, sócio do
aplicativo PetPonto, um espaço para cuidadores divulgarem cães e gatos
disponíveis para adoção.

Planejados para receber um determinado número de cães e gatos, os
abrigos das ONGs ou as casas de protetores independentes convivem com o
problema da falta de espaço e estrutura para dar conta da demanda diária de
resgates.

Na rotina dos protetores, estão casos de resgates de animais deixados na rua
porque os moradores saíram de férias ou mesmo o abandono domiciliar, em
que a pessoa viaja e deixa o pet trancado sem assistência, apenas com água
e ração.

Há ainda quem cogite entregar o cão ou gato para ONGs sem pensar que,
em decorrência da superlotação desses abrigos, os animais acolhidos
acabam ocupando locais improvisados diante do excesso de animais. Em
épocas de fortes chuvas, como tem ocorrido em algumas regiões do Brasil,
a situação piora, pois muitas ONGs não têm recursos para montar uma
estrutura coberta nos canis.

“É uma época que temos de tomar bastante cuidado e conscientizar as
pessoas que o abandono é crime, que os animais não se viram sozinhos, que
sofrem bastante e podem morrer atropelados, envenenados, é algo muito
grave”, alerta a gerente de projetos da AMPARA Animal, Rosângela
Gebara.

Se a pessoa pretende aproveitar o período de festas para viajar e não pode
incluir o animal de estimação na viagem, Rosângela explica que os tutores
devem optar por saídas responsáveis como deixar o pet sob os cuidados de
um familiar ou amigo, em um hotel especializado ou contratar um
profissional, que irá passear e olhar o cão ou gato diariamente durante a
ausência dos donos.

Para aqueles animais que ainda não tiveram a sorte de sair dos lares
temporários e abrigos, a adoção é a chance de ter uma vida mais digna.
Para encontrar o pet ideal, existem muitas formas. Além da divulgação de
animais disponíveis para adoção nas redes sociais, como realiza a
AMPARA Animal, é possível encontrar um novo melhor amigo via
aplicativo PetPonto.

Na plataforma digital gratuita, a pessoa visualiza quase 2 mil perfis de pets
resgatados das ruas ou de situações de maus-tratos em todo Brasil. As
ONGs e os protetores usam a ferramenta para a divulgação dos animais
abrigados e o candidato a adotante faz uma busca, que pode ser filtrada
pelas características do animal e/ou da família, preferências de porte e
personalidade, e também pode ser realizada por geolocalização, facilitando
a aproximação com o local do abrigo temporário.

Caso não seja possível adotar um pet no momento, há ainda outro caminho
para tornar a vida de um animal mais confortável na espera por uma
família. A AMPARA Animal recebe doações financeiras, que auxiliam no
pagamento de ração, medicamentos, vacinas, atendimento veterinário,
eventos de adoção e projetos de conscientização.

Os custos mensais, que já eram grandes, tiveram um acréscimo expressivo
em um item fundamental: a ração. Conforme o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação do país, os
alimentos para animais tiveram um aumento de 24,5% no acumulado dos
últimos 12 meses. O impacto nas contas das organizações de defesa animal
é direto porque, mesmo que o número de pets acolhidos não cresça, a conta
já aumentou.

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