Itacoatiara — O vereador Ney Nobre (MDB) foi flagrado em um vídeo divulgado nas redes sociais neste domingo (19), em que ameaça ir armado à Câmara Municipal de Itacoatiara e faz comentários irônicos sobre portais de notícias da cidade. A gravação, feita por um amigo do parlamentar, rapidamente ganhou repercussão e gerou críticas nas redes sociais.
Nas imagens, Ney Nobre aparece em tom de deboche e menciona a intenção de comparecer armado ao Legislativo municipal, atitude que pode configurar ameaça e violação do decoro parlamentar.
O episódio ocorre poucos dias após o vereador ter sido condenado pela Justiça Federal do Amazonas a 10 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, acusado de participação em fraudes no financiamento rural do Banco da Amazônia (Basa), por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Apesar da condenação, o parlamentar responde em liberdade, já que a decisão ainda permite recurso em instâncias superiores.
Pedido de cassação arquivado
Na última terça-feira (14), a Câmara Municipal de Itacoatiara decidiu, por unanimidade, arquivar o pedido de cassação do mandato de Ney Nobre, que havia sido protocolado por meio de iniciativa popular.
Os vereadores alegaram que a decisão sobre a perda do mandato deve aguardar o trânsito em julgado da condenação, ou seja, o esgotamento de todos os recursos. Com isso, mesmo condenado em primeira instância, Ney Nobre segue no exercício do cargo.
A repercussão do vídeo, somada à recente condenação, intensificou o debate público sobre a conduta do parlamentar e a postura da Câmara Municipal diante de casos de envolvimento de vereadores com a Justiça.
Condenado
O vereador foi condenado a 10 anos, 4 meses e 13 dias de prisão pela Justiça Federal do Amazonas, acusado de participar de um esquema de fraudes no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A sentença, assinada no dia 2 de outubro pela 2ª Vara Federal Criminal do Amazonas, aponta que o parlamentar foi o mentor e principal beneficiário de um grupo que utilizava “laranjas” para simular financiamentos agrícolas junto ao Banco da Amazônia (Basa).
De acordo com o processo, os empréstimos eram concedidos sob a justificativa de cultivo de abacaxi em propriedades inexistentes, resultando em desvio de recursos públicos e prejuízo ao programa federal voltado ao apoio de pequenos produtores rurais.
Mesmo condenado, Ney Nobre ainda pode recorrer da decisão em liberdade.
Veja o vídeo:
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