O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o teto de gastos nesta quinta-feira (17). Ele está na COP27, em Sharm el-Sheik, no Egito, e falou a representantes de movimentos sociais.
No dia seguinte à entrega da minuta da PEC pela equipe de Transição ao Congresso, Lula afirmou que “não adiantar ficar pensando só em responsabilidade fiscal” e afirmou que quando se fala em teto de gastos se tira dinheiro “da saúde, da educação e da cultura”.
“Quando você coloca uma coisa chamada teto de gastos, tudo o que acontece é você tirar dinheiro da saúde, da educação, da cultura.”
Você tenta desmontar tudo aquilo que faz parte do social e você não tira um centavo do sistema financeiro (…). Se eu falar isso, vai cair a bolsa, o dólar vai aumentar, paciência… o dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas por conta do especuladores que vivem especulando todo santo dia.
O petista continuou: “O dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas é por conta dos especuladores que ficam especulando todo santo dia.”
O texto preliminar da PEC da Transição prevê R$ 175 bilhões fora do teto e sem prazo definido e também a possibilidade de ampliar despesas quando houver receitas extras. Com isso, o impacto da PEC poderá ser ainda maior e atingir R$ 198 bilhões fora do teto de gastos.
Nesta manhã, Lula participou de um encontro com representantes de movimentos sociais na Cúpula do Clima. Ele também abordou o agronegócio.
“Eu não me preocupo em dizer ‘ah, o agronegócio não gosta do Lula’, eu não quero que goste, eu só quero que me respeite como eu respeito eles. O verdadeiro empresário do agronegócio sabe que não pode fazer queimada em lugar que não pode queimar, não pode derrubar.”
E continuou: “O verdadeiro empresário do agronegócio, ele tem compromisso porque ele sabe que a nível internacional se paga um preço se a gente for irresponsável.”
No discurso desta quarta, Lula falou sobre sobre mudanças climáticas e pobreza. “A luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e a desigualdade”.
Ele também prometeu zerar o desmatamento e a degradação de biomas. “Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram ao assinar a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas”, disse.
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