O rosto do pistoleiro que matou o sargento Lucas Gonçalves não é mais uma imagem embaçada de uma câmera amadora. Ganhou contornos e traços que, se não o identificam com nome e origem, mostram que não se trata de um fantasma. Até a placa da moto que usava ele a cobriu cuidadosamente, assim como as tatuagens no pescoço e antebraço.
A Polícia do Amazonas contou com o apoio de órgãos de inteligência do governo federal, num minucioso trabalho de reconstrução de um homem que guarda o segredo de um crime.
Na cela de presídios diferentes, dois suspeitos de serem os mandantes: Joabson Augustinho Gomes e Jordana Azevedo Freire. O primeiro, descobriu a traição da mulher e fez ameaças veladas ao sargento. Jordana admite o romance, mas não que o marido tenha mandado matar o sargento e também nega que ela o faria.
O rosto do pistoleiro, agora claro, pode esclarecer o crime, caso ele seja preso.
Mas quem é ele? A imagem aponta para um suposto militar? Um lutador de jiu-jitsu, pelas marcas que apresenta? Mas onde estaria ?
A Polícia, que investiga o caso, recebeu muitas informações – algumas falsas, outras não. Mas tudo vale, inclusive um fato intrigante, também em investigação: o de que o pistoleiro teria sido assassinado após o crime. Alguém capaz de mandar matar e apagar todas as pistas de um assassinato quase perfeito.
Por enquanto Joaboson e Jordana falam a mesma linguagem, contam a mesma história, juram inocência. São suspeitos apenas, apesar das evidentes ameaças a Lucas por Joabson, dos espancamentos que Jordana revela em mensagem a Lucas. Do receio de Lucas de ser assassinado por Joabson ou a mando dele.
A Polícia investiga. Mas há outros 700 casos na lista de espera. Não é um trabalho fácil, nem as respostas são fáceis. Dependem de um trabalho minucioso, de um passo a passo que, ao final, pode resultar na elucidação do crime.

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