Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye´Kuana (Codisi-YY), denunciou que três jovens indígenas Yanomami foram assassinados por garimpeiros, na região do Homoxi, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, onde há forte presença de invasores.
Hekurari é uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo oeste do estado, perto da fronteira com a Venezuela.
Conforme o relato do líder, os três indígenas foram atingidos por disparos de arma de fogo. Ainda não há informações a respeito do resgate dos corpos, de acordo com reportagem da Agência Brasil.
“Recebi informações das comunidades do Haxiu e Waphuta de que os garimpeiros mataram três jovens. Estamos muito preocupados. Hoje, sobrevoamos com a ministra onde tiveram as mortes. Têm muitos garimpeiros e helicópteros voando em cima. Nós ficamos muito preocupados. As comunidades querem ir lá para buscar esses corpos. Nós comunicamos a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Funai para apoiar no resgate desses corpos que estão no Homoxi”, declarou Hekurari.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, passou uma noite no polo base de Surucucu, neste domingo (5), para observar de perto a situação dos Yanomami. Ela também fez um sobrevoo por vários pontos de exploração ilegal de minérios no território.
Situação dos indígenas se agravou nos últimos quatro anos
Os indígenas Yanomami, prejudicados pela presença de garimpo ilegal em suas terras, especialmente no período em que Jair Bolsonaro (PL) esteve na presidência, sofrem com casos de desnutrição, doenças como malária e pneumonia, além de violência, incluindo episódios de agressões e assassinatos. A situação se agravou nos últimos quatro anos.
Também neste domingo, foi registrada a morte de mais uma criança indígena, vítima de desnutrição grave e desidratação. Equipes médicas chegaram a pedir sua remoção para Boa Vista (RR), mas o mau tempo impediu a decolagem da aeronave.
Garimpeiros começam a fugir após ações de repressão do governo
Garimpeiros ilegais que exploram minério em Terra Indígena Yanomami começaram a fugir do território, depois que o governo começou ações de repressão à atividade clandestina. Na quarta-feira (1º), a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou controle do espaço aéreo e usa aeronaves com radares superpotentes.
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