O desempenho de serviços e a inflação do setor vêm sendo ponto de atenção do Banco Central, que segue em seu ciclo de afrouxamento monetário, com a taxa básica de juros atualmente em 10,75%.
Os dados do IBGE mostram que em fevereiro quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram queda no volume. De acordo com Luiz Almeida, analista da pesquisa no IBGE, isso é fruto de um movimento de compensação após meses de alta.
“É uma descontinuação dos ganhos anteriores. Como observamos, por exemplo, na atividade de profissionais, administrativos e complementares”, disse ele.
O grupo caiu 1,9% em fevereiro após uma alta de 1,0% em janeiro impactada principalmente pelo pagamento de precatórios, que influenciou nas atividades jurídicas, de acordo com o IBGE.
“Como não houve essa receita em fevereiro, acontece esse retorno ao patamar anterior”, explicou Almeida.
Outro destaque no mês foi a retração de 1,5% no volume do setor de informação e comunicação, que compensou parte do ganho de 3,6% dos últimos quatro meses.
“Nesse caso, as principais influências vieram de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet, e de edição integrada à impressão de livros, que, com o fim da preparação para o início do ano letivo, mostrou um arrefecimento do mercado”, explicou Almeida.
Os demais recuos foram registrados por transportes (-0,9%) e outros serviços (-1,0%). Apenas os serviços prestados às famílias mostraram ganhos, de 0,4%, o que entretanto não recupera a queda de 2,9% em janeiro.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, recuou 0,8% em fevereiro sobre o mês anterior, marcando o segundo revés seguido, com perda acumulada de 1,8%. O segmento está 2,2% acima do patamar pré-pandemia e 4,3% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
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