O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma série de ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista à emissora Sky TG 24, na Itália, durante sua viagem pelo país para a cúpula do G20, em Roma. As acusações, para as quais Bolsonaro não citou provas, foram feitas após o entrevistador lembrar que Lula chamou o presidente de “genocida” por sua conduta na pandemia.
Nos trechos da entrevista já divulgados pela emissora italiana, o áudio com a fala original de Bolsonaro foi sobreposto por uma dublagem em italiano. Segundo a versão italiana, Bolsonaro afirmou que a liderança política de Lula começou com um “contato com as Farc”, antigo grupo guerrilheiro da Colômbia que saiu da clandestinidade, e “a partir desse momento” o petista teria estabelecido ligação com o narcotráfico.
Segundo Bolsonaro, sua vitória nas eleições em 2018 foi “um milagre que salvou o Brasil”. O presidente citou a revelação recente de que um ex-chefe do serviço secreto da Venezuela afirmou à justiça da Espanha, em uma carta, que o regime venezuelano financiou presidentes na América Latina, inclusive Lula.
Por meio de nota, a assessoria do ex-presidente afirmou que “todo mundo sabe, no Brasil e no mundo, que Bolsonaro é um mentiroso”, mas não comentou detalhes das acusações.
Em outro trecho da mesma resposta, Bolsonaro afirmou que o governo Lula quase levou a Petrobras à falência e chamou o ex-presidente de “oportunista” por criticá-lo em relação à pandemia.
Na mesma entrevista à emissora italiana, Bolsonaro também distorceu dados para defender a versão do governo sobre a Amazônia. Entre outros pontos, o presidente disse que a floresta “só pega fogo na periferia”, por ser úmida, e que o Brasil tem combatido o desmatamento com tanta eficiência que a imprensa parou de tocar no assunto.
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