O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), mais uma vez mostra não ter compromisso com a saúde dos amazonenses. Desta vez, os pacientes estão abandonados no chão do Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado (HPSJL), zona Leste de Manaus.
Uma denúncia foi enviada à reportagem do Portal Em Pauta Online (EPO), onde mostra a situação crítica do abandono dos enfermos no hospital. O vídeo encaminhado à redação do EPO, mostra pacientes adoecidos deitados, no chão e cadeiras da unidade hospitalar tomando soro com medicação, correndo grandes riscos de contaminação, por falta de leitos hospitalares.
Em 2020, um Memorando de n.º 010/2020 – CCIH/HPSJLPM foi encaminhado para Instituto de Cirurgia do Amazonas (ICEA) comunicando a falta de material ventilatório no centro cirúrgico ameaça a disseminação de micro-organismos multirresistentes, as chamadas superbactérias, em todo o ambiente hospitalar e colocando em risco a vida de pacientes e funcionários do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Pereira Machado (HPSJL), na capital amazonense.
Leia o documento:
‘compra superfaturada’
Em 2021, foi enviada uma denúncia ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), contra Wilson Lima, por supostos crimes praticados na compra superfaturada de ventiladores pulmonares (respiradores) destinados ao tratamento de vítimas da Covid-19 no Estado. A decisão foi unânime.
Ao governador do Amazonas, o Ministério Público Federal (MPF) imputou os delitos de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações.
A corte também tornou réus o vice-governador do Amazonas, Carlos Alberto Filho, e outras 12 pessoas, entre elas, ex-secretários estaduais, servidores públicos e empresários.
Prejuízo de mais de R$ 2 milhões ao AM
O MPF apontou que os crimes ocorreram na compra de 28 respiradores, cujo superfaturamento teria causado prejuízo de mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos. O preço de mercado de um respirador era cerca de R$ 17 mil, mas os itens foram comprados pelo governo por mais de R$ 100 mil cada.
Na denúncia, o Ministério Público descreve irregularidades na forma de condução da compra emergencial, na emissão de pareceres e na dispensa da licitação, além de apontar o desvio de recursos públicos destinados ao combate à pandemia no Amazonas.
O MPF registra que o chefe do Executivo, Wilson Lima, teria atuado diretamente para que um empresário cuidasse dos procedimentos para a compra dos respiradores – intermediação que, posteriormente, teria gerado as compras fraudulentas.
Além disso, o MPF apontou que foram encontrados no gabinete do governador documentos que descreviam as empresas interessadas na venda dos equipamentos e os preços oferecidos, o que demonstraria que o mandatário acompanhava o processo de aquisição.
Ex-secretário de Wilson Lima terá que devolver mais de R$ 9,4 milhões aos cofres públicos
O ex-secretário de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), o médico Anoar Abdul Samad, terá que devolver mais de R$ 9,4 milhões aos cofres públicos. A informação consta no Diário Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM).
O ex-secretário Anoar Samad assumiu a pasta em junho de 2021, passando a ser o quinto secretário à frente da Saúde no governo de Wilson Lima (União Brasil).
R$ 61 milhões na reforma e ampliação na saúde que não apareceram
Em outubro de 2024, em comemoração ao aniversário de Manaus, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), destaca os investimentos feitos para o setor nos últimos seis anos. De 2019 a outubro de 2024, o Estado contratou novos profissionais, implantou programas de atendimento domiciliar e investiu mais de R$ 61 milhões na reforma e ampliação de estruturas hospitalares da rede estadual de saúde na capital.
Ademais, faltando dois dias para o Natal e nove dias para o ano de 2025, os amazonenses sofrem com abandonos nos hospitais do Amazonas, conforme as denúncias, que chegam na redação do EPO.
Denúncia 28 de Agosto e Dona Lindu – 2024
Denúncia encaminhada ao Ministério Público do Amazonas (MPAM), pede investigação de contrato feito pelo governador Wilson Lima (União Brasil) para gerenciar os hospitais 28 de Agosto e Dona Lindu, por entidade de Goiás.
De acordo com o vereador eleito e ex-deputado federal, José Ricardo (PT), existem várias denúncias de irregularidades contra a instituição que vai gerenciar os hospitais.
A denúncia foi ingressada nesta sexta-feira (20) com uma representação no Ministério Público do Estado, solicitando investigação do contrato feito entre o Governo do Estado e essa entidade que deverá administrar esses hospitais.
Zé Ricardo destaca que a decisão pode ser prejudicial à população, pois, uma vez que não há informações claras e objetivas a respeito de como será essa gestão.
“Precisamos saber quais os reais gastos que o Governo vai ter com essa mudança, como tambem a qualidade do atendimento às pessoas, já que estão demitindo médicos e demais profissionais da área da saúde, mas não se sabe, até agora, se vão contratar outros, se os serviços vão ser ampliados ou se vão melhorar as estruturas dos hospitais”, destacou o parlamentar.
De acordo com Zé Ricardo, o Governo do Estado, antes de tomar essa decisão, deveria ouvir o Conselho Estadual de Saúde e toda a sociedade amazonense.
Além da investigação no contrato, o parlamentar ainda solicita na Representação que o MPE busque o esclarecimento a respeito das demissões, que cobre estudos acerca da necessidade de realização de concurso no estado, investigação sobre o possível ato de improbidade administrativa da empresa, dentre outros.
Vídeo – denúncia de abandono:
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