Este ano, o município de Envira, localizado no estado do Amazonas, vê-se novamente assolado por uma severa estiagem que promete superar a do ano anterior. Em 2023, presenciamos a maior seca da história da região, mas os indicativos para 2024 apontam para uma situação ainda mais crítica. Desde julho, o Rio Negro já registrou uma queda significativa de 54 centímetros, sinalizando uma temporada desafiadora para as comunidades locais.
Envira, particularmente afetado, conta com o Rio Tarauacá como uma das suas principais fontes hídricas. Neste ano, as marcas atingidas pelo rio são alarmantes, registrando uma altura de apenas 5,26 metros, uma redução substancial comparada aos 8,55 metros medidos no mesmo período do ano passado. Com a redução drástica dos níveis dos rios, o isolamento das comunidades e os problemas de abastecimento tornam-se iminentes.
Como a Seca Atual Comparada com a do Ano Passado Afeta Envira?
A redução nos níveis de água é mais severa este ano, tornando o transporte fluvial, essencial para o município, uma tarefa árdua e demorada. Tradicionalmente, a viagem de Feijó até Envira, que poderia ser concluída em um dia, agora se estende por até dez dias devido às condições do rio. Ismael Dutra, chefe da Defesa Civil local, compartilha que mesmo embarcações grandes estão enfrentando dificuldades significativas para navegar, prejudicando o abastecimento regular de itens essenciais.
Impactos Socioeconômicos da Estiagem em Envira
A vida dos habitantes de Envira está sendo dramaticamente afetada. Diante do quadro de seca, o transporte de produtos básicos torna-se não só um desafio logístico mas também um impacto econômico direto aos comerciantes. Elvis Melo, um barqueiro local, relata que devido à necessidade de trocar para embarcações menores, capazes de manejar melhor os baixos níveis dos rios, muitos produtos, como verduras, acabam estragando antes de chegar ao destino, resultando em prejuízos financeiros expressivos.
Ações Preemptivas Diante da Crise Hídrica
Com a previsão de que a seca em 2024 pode ser tão intensa quanto a do ano anterior, medidas de emergência já estão sendo implementadas. O governo do Amazonas decretou estado de emergência em 20 municípios dos rios Juruá, Purus, e alto Solimões, refletindo a gravidade da situação. Além disso, um plano de contingência está em andamento visando assegurar o abastecimento de água potável, medicamentos e outros insumos essenciais à sobrevivência das populações afetadas.
A situação em Envira é um reflexo preocupante das mudanças climáticas e da necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para o manejo de recursos naturais. Resta esperar que as ações em vigor possam mitigar os efeitos desta crise e que soluções de longo prazo sejam planejadas para evitar futuras catástrofes ambientais e humanas.
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