A seca que atingiu o Amazonas, afetando a Zona Franca de Manuas, pode impactar o gasto médio dos consumidores na Black Friday, nesta sexta-feira (24). Segundo Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), produtos como televisores, celulares e linha branca podem ter um desconto menor devido à pouca oferta.
“A Black Friday deste ano será um pouco diferente porque a seca no Amazonas gerou a não chegada de matéria-prima e, consequentemente, a não saída de produtos. Televisores, celulares, eletrônicos e linha branca, tudo que possa ter alguma interferência envolvendo a Zona Franca de Manaus, de certa forma, ficaram prejudicados”, explica Bandeira.
Com isso, o gasto médio dos consumidores deve recuar. “O que puxa o tíquete médio da Black Friday são produtos com valores maiores. A partir do momento que você tem pouca oferta desses itens, naturalmente o preço sobe. Somado a isso você tem uma perda de atratividade dessas categorias para essa Black Friday”, avalia o vice-presidente da ABComm.
Por outro lado, ele destaca que há categorias, como a de moda, que vêm ganhando espaço em todas as datas comemorativas. “Categoria de perfumaria e cosméticos, categoria de pets, que vem aumentando consideravelmente, categoria de semijoias e outros produtos vêm sendo alvo de aquisição para presentes de Natal”, acrescenta.
Apesar disso, a estimativa é de faturamento de R$ 7,1 bilhões no comércio eletrônico, aumento de 17%, na comparação com o ano anterior. “O apontamento é de crescimento nas vendas, mas essa adversidade de Manaus, com certeza, vai surtir efeito em cima disso.”
De uma forma geral, os consumidores brasileiros planejam gastar, em média, R$ 1.380 em compras na Black Friday. Pesquisa da Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento, encomendada ao Instituto Datafolha, revela que 49% pretendem comprar produtos ou serviços.
Neste ano, o valor total movimentado no varejo em geral deve ser de R$ 15,5 bilhões, na data que se tornou uma das mais importantes do país para a economia, de acordo com a Abecs.
Já a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) prevê que os segmentos de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,28 bilhão) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,05 bilhão) devem responder por quase metade (48%) da movimentação financeira. Tendem a se destacar ainda os ramos de hipermercados e supermercados (R$ 1,02 bilhão) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 0,73 bilhão).
Para garantir uma boa compra, Rodrigo Bandeira orienta o consumidor a fazer uma lista, com tudo que ele efetivamente precise, além de pesquisar o preço e entender se os descontos para cada categoria de produto é realmente oportuno para aquele momento.
“As pessoas dificilmente fazem essa lista, isso é ótimo para o comércio, falando mais economicamente, não é saudável para o consumidor”, diz o vice-presidente da ABComm.
“Importante as pessoas pesquisarem atentamente onde estão comprando os produtos. A internet pode esclarecer se a loja é confiável, se o produto será entregue, se aquele preço é golpe ou um grande desconto. Busque referência da loja em que vai comprar um produto ou contratar um serviço. Os consumidores são rápidos e coletivos nessas questões da troca de informações, sejam positivas ou negativas”, conclui Bandeira.
Envie seu comentário