O Rio Madeira é um dos mais importantes rios da Bacia Amazônica, com 3.315 km de extensão, desde suas nascentes na Cordilheira dos Andes até sua foz no Rio Amazonas. Ele é formado por três rios nos Andes: o Beni e o Mamoré, na Bolívia, e o Madre de Dios, no Peru.

É um rio extenso e caudaloso, com profundidade média de 10 metros, podendo chegar a 14 metros nas grandes enchentes. Suas águas barrentas, no período das cheias, depositam toneladas de nutrientes em suas várzeas, tornando-as extremamente férteis. Essa fertilidade permite o desenvolvimento da agricultura de milho, feijão, mandioca, melancia, abóbora (jerimum) e hortaliças.

No leito do Madeira e em suas praias, toneladas de ouro já foram extraídas. Infelizmente, por falta de políticas e normas claras, a exploração tem ocorrido de forma irregular, impactando pouco o desenvolvimento da região e causando sérios danos ambientais, especialmente devido ao uso de mercúrio.

Em Humaitá, município às margens do Madeira, uma importante agricultura mecanizada vem se desenvolvendo nos campos naturais, sobretudo com o cultivo de soja, milho e arroz. A região possui mais de 200 mil hectares que podem ser utilizados para esse fim.

O Rio Madeira é também uma das mais importantes hidrovias do Amazonas, escoando anualmente milhares de toneladas de soja vindas da Chapada dos Parecis, além de bens de primeira necessidade para abastecer o estado. No futuro, quando for permitida – e espero que seja em breve – a extração de potássio em Autazes (AM), será pelo Madeira que esse insumo essencial para o agronegócio brasileiro será transportado. O Brasil importa 98% do potássio que utiliza, enquanto Autazes possui uma das maiores reservas do planeta – uma verdadeira falta de inteligência estratégica não a aproveitar.

Produção de alimentos em suas várzeas, cultivo de grãos nos campos naturais, ouro em abundância em seu leito e uma importante hidrovia. Esse é o RIO MADEIRA, uma bênção de Deus para o Amazonas, para Rondônia e para o Brasil.