Mesmo representando uma parcela significativa da força de trabalho no país, os profissionais com mais de 50 anos ainda enfrentam barreiras invisíveis, e persistentes, para se manterem ou se recolocarem no mercado.
De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2022, mais de 13,4 milhões de trabalhadores com 50 anos ou mais estão ativos em diferentes setores da economia. No entanto, uma análise mais profunda desses dados revela uma realidade preocupante: a maior parte desses profissionais está concentrada em ocupações de baixa remuneração e exigência educacional, conforme aponta a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Amazonas (ABRH/AM), Francisco de Assis Mendes, essa tendência é reflexo de uma cultura corporativa que ainda precisa evoluir. “A inclusão de pessoas com mais de 50 anos no mercado representa a promoção da inclusão social, resgatando a dignidade e a autoestima de pessoas que tanto contribuíram para a sociedade em geral”, afirma.
Apesar da experiência, maturidade emocional e conhecimento acumulado, muitos desses profissionais ainda enfrentam preconceitos e políticas organizacionais restritivas que dificultam sua contratação. “Infelizmente, ainda existem estigmas relacionados à idade, como a falsa ideia de que pessoas mais velhas são menos produtivas ou menos adaptáveis às novas tecnologias. Isso precisa mudar”, reforça Mendes.
Segundo o presidente da ABRH/AM, as equipes multigeracionais trazem ganhos reais às empresas. Ao unir perfis diversos, a organização se torna mais rica em perspectivas, mais criativa e mais preparada para lidar com os desafios do presente e do futuro. “A convivência entre gerações diferentes contribui para um ambiente de trabalho mais humanizado e inovador. É uma via de mão dupla: os mais jovens aprendem com os mais experientes, e vice-versa”.
2º Fórum Corporativo de Diversidade e Inclusão
Como parte de sua atuação em prol da diversidade etária, a ABRH Amazonas tem buscado ampliar o diálogo com empresas e lideranças sobre o tema. Uma das iniciativas é o 2º Fórum Corporativo de Diversidade e Inclusão, que acontece no dia 17 de julho, em Manaus, com o tema “Construindo pontes e valorizando diferenças”. O evento é voltado para profissionais de Recursos Humanos, gestores e empresários interessados em construir culturas organizacionais mais inclusivas.
“O Fórum é uma oportunidade para sensibilizar lideranças sobre a importância de políticas corporativas que valorizem a experiência. A inclusão de pessoas 50+ precisa sair do discurso e virar prática nas empresas”, defende Francisco Mendes.
A valorização de profissionais com mais de 50 anos vai além da questão social é uma estratégia inteligente de gestão de pessoas. Para o presidente da ABRH Amazonas, as empresas que adotam uma postura inclusiva demonstram compromisso com a responsabilidade social e com a construção de ambientes mais equilibrados e
“Políticas corporativas de inclusão de pessoas 50+ mostram a responsabilidade social das empresas com a humanização do trabalho. É preciso enxergar esse profissional como um ativo estratégico, e não como um peso”, conclui.
Texto: LD Comunicação

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