O prefeito de Manaus, David Almeida, apresentou nesta sexta-feira (17) as obras do primeiro aterro sanitário do Estado do Amazonas, localizado no quilômetro 19 da rodovia AM-010. O empreendimento é considerado um marco na política ambiental da capital e integra o Plano Municipal de Resíduos Sólidos, com estrutura moderna e totalmente adequada às normas ambientais vigentes no país.
Durante a visita técnica, o prefeito esteve acompanhado do vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura, Renato Junior; do secretário de Limpeza Urbana, Sabá Reis; do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Fransuá Matos; além do juiz Moacir Pereira Batista, da Vara Especializada do Meio Ambiente (Vema), vereadores e outros secretários municipais.
Segundo Almeida, o projeto representa uma virada histórica na gestão de resíduos da cidade.
“Quando assumimos a prefeitura, encontramos o aterro controlado de Manaus à beira do colapso. Hoje, entregamos uma nova realidade: o primeiro aterro sanitário do Amazonas, construído dentro de todas as normas ambientais e com as técnicas mais modernas do país. É o início de um novo tempo para a cidade”, afirmou.
O aterro é resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura de Manaus, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e o Poder Judiciário, após a correção de irregularidades históricas no manejo de resíduos sólidos. O investimento é privado, realizado por empresas do setor de limpeza urbana, enquanto o município mantém a propriedade e o controle da área, desapropriada para garantir o caráter público do projeto.
“Esse é um investimento sem precedentes na história de Manaus. A decisão judicial foi homologada e está sendo cumprida com rigor técnico e ambiental”, destacou o prefeito.
Estrutura moderna e sustentável
Com área total de 67 hectares, o aterro sanitário foi projetado com quatro células operacionais, cada uma com cerca de cinco hectares e investimento estimado entre R$ 20 e R$ 25 milhões. A estrutura possui quatro camadas de impermeabilização — geocomposto bentonítico (GCL), geomembrana de polietileno de alta densidade, geotêxtil RT-14 e argila compactada — que impedem qualquer contaminação do solo e protegem o lençol freático.
De acordo com o gerente do empreendimento, Peter Maia, o local contará ainda com uma nova lagoa de chorume, equipada com tecnologia de tratamento avançado de efluentes. O chorume tratado será reaproveitado em processos internos, como a hidrossemeadura e o umedecimento de vias, promovendo o conceito de economia circular.
A previsão é que o aterro entre em operação em fevereiro de 2026, com vida útil estimada em 20 anos, conforme o cronograma do TAC.
Energia limpa e descarbonização
O projeto também prevê a geração de energia renovável a partir do biogás produzido pela decomposição dos resíduos, que será convertido em biometano capaz de abastecer até 80 veículos por dia, entre caminhões coletores e veículos do transporte público.
Em paralelo, a prefeitura planeja implantar, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), um sistema de energia solar no antigo aterro controlado, com painéis fotovoltaicos capazes de gerar 1 megawatt, energia suficiente para suprir cerca de 10 mil residências.
“Estamos transformando o que antes era um passivo ambiental em fonte de energia limpa. Manaus se consolida como referência em sustentabilidade no Norte do país”, ressaltou o prefeito.
Essas iniciativas integram o plano de descarbonização municipal, que já garantiu R$ 500 milhões em créditos de carbono para Manaus, certificados pela B3 (Bolsa de Valores do Brasil), graças às ações de preservação ambiental e às ecobarreiras instaladas nos igarapés da cidade, que impedem que cerca de 300 toneladas de lixo cheguem ao rio Negro.
Referência nacional
O novo aterro sanitário tem sido reconhecido como um dos mais modernos do país, atraindo pesquisadores e especialistas interessados em seu modelo de sustentabilidade.
“Essa é uma das maiores obras que o prefeito David Almeida deixará como legado. Pela primeira vez, Manaus terá um aterro que cumpre todas as normas ambientais e garante o tratamento adequado do chorume”, destacou o secretário Sabá Reis.
O juiz Moacir Pereira Batista, da Vema, afirmou que todo o processo foi analisado tecnicamente e está em conformidade com a legislação ambiental.
“O Ministério Público e o Judiciário atuaram em conjunto com a prefeitura, garantindo que o TAC fosse homologado com base nas melhores práticas e nas tecnologias mais avançadas”, declarou.
O vice-prefeito Renato Junior também ressaltou a importância da obra:
“Estamos construindo uma Manaus mais limpa, moderna e sustentável, preparada para as próximas décadas.”
Encerrando a visita, David Almeida destacou o caráter histórico da iniciativa.
“Nunca o Estado do Amazonas teve um aterro sanitário. Cumprimos todas as regras ambientais e estamos construindo um modelo que já é referência nacional. Manaus está se preparando para o futuro com inovação e responsabilidade ambiental”, concluiu.
*Com informações da assessoria
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