As investigações tiveram início em janeiro de 2023, quando a Delegacia de Investigações do Narcotráfico (1ª DIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) apreendeu um telefone celular dentro da Pasc, sendo usado por um detento que liderava o Morro da Tuca, em Porto Alegre. Esse fato revelou que quatro presos da mesma ala estavam compartilhando o uso do aparelho para coordenar atividades criminosas em diferentes regiões e facções. A partir dessa descoberta, a investigação se aprofundou, revelando um amplo esquema de tráfico de drogas e armas dentro do Rio Grande do Sul, dentro do contexto de crime organizado.
A investigação identificou que o grupo em questão consistia em oito indivíduos que mantinham uma operação de compra e venda de drogas em grande escala, além de realizar transações financeiras suspeitas regularmente em suas contas bancárias. A base operacional desse grupo estava localizada no bairro São José, especificamente na área conhecida como Morro da Tuca, e ele estava associado a uma facção local. Além do tráfico de drogas, a investigação revelou que o grupo também adquiria armas de fogo de grosso calibre para confrontos com facções rivais e para fortalecer seu domínio nas áreas sob seu controle.
Entre as armas adquiridas pelo grupo estavam fuzis Colt calibre 556, comprados a R$ 60 mil cada, e pistolas da marca Ramon, com valor de R$ 12 mil cada. Essas armas eram posteriormente revendidas dentro do estado a preços mais elevados, conforme evidenciado por áudios coletados durante a investigação. Além disso, o grupo era especializado na distribuição de maconha no Rio Grande do Sul e estava envolvido em atividades de lavagem de dinheiro, por meio da transferência frequente de fundos para contas de terceiros.
O delegado de polícia responsável pela investigação, Guilherme Dill, destacou a importância da ação policial de qualidade que atingiu a cúpula do grupo criminoso. Ele enfatizou que essa investigação, que começou com a apreensão de um celular no sistema prisional, demonstra que o crime não compensa. O Diretor de Investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, ressaltou a habilidade e experiência da equipe da 1ª DIN, que concentrou seus esforços nas lideranças do narcotráfico na Zona Leste da Capital, observando que o monitoramento contínuo dessas facções contribuirá para a redução dos crimes graves, como homicídios, na região. A operação envolveu um total de 20 policiais civis equipados com 6 viaturas policiais e 20 policiais penais.
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