A Polícia Civil do Espírito Santo apresentou nesta quarta-feira as conclusões da investigação sobre o jovem que acordou com a barriga aberta por um caco de vidro numa praia em Guarapari no início do ano, quando ele e a namorada usaram drogas alucinógenas, do tipo LSD, e passaram a noite na areia.
A corporação concluiu que o casal estava sozinho naquela noite e que o corte foi causado pela jovem, já considerada ré. O advogado dela, Lécio Machado, afirmou que vai entregar a resposta à acusação até o fim desta semana e minimizou a influência do encerramento do inquérito no andamento do processo.
‘Não tenho declaração quanto ao que a corporação falou’, disse a defesa da jovem. ‘Por um acaso, o código de processo civil diz até que é dispensável inquérito policial. Ele não precisa nem existir para que haja o processo criminal. Então é dispensável eu exprimir opinião nesse sentido. Eu vou entregar a resposta à acusação até o fim dessa semana, então só depois que eu vou me manifestar. Mas, de antemão, se da leitura do depoimento dele (o jovem que teve a barriga cortada), que é a vítima, ele é claro e contundente em dizer a todo momento que eles foram atacados por terceira pessoa, que não foi a Lívia que atacou ele. Não estou dizendo que é tese de defesa, mas ele já declarou na rede social, em vídeo e na polícia. Esse é um ponto que é indiscutível.’
De acordo com o delegado Franco Malini, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari, um dos fatores que levou à conclusão de que Lívia Lima Simões Paiva Pedra foi a autora surgiu pelo descumprimento do horário que ela havia combinado com a mãe de voltar para casa.
‘Ela tinha combinado um horário para voltar para casa, que seria 1h da manhã, e não retornou. A partir de então, a família da moça começou a procurá-la e tentava entrar em contato com ela via telefone. Somente por volta de 2h20 da manhã é que a mãe conseguiu contato telefônico com ela’, relatou Malini.
‘A todo momento, em cerca de 50 minutos de ligação, ela fala que só ouviu a voz da filha. Em alguns momentos, ela ouviu o rapaz falando “praia do Ermitão”, que foi como ela conseguiu deduzir o local em que eles estavam.’
O delegado explicou, porém, que a investigação deste caso não poderia ser baseada em depoimentos testemunhais “porque apenas duas pessoas estavam no local” e nenhum deles se recorda do ocorrido.
‘Apenas (lembram) que beberam vinho, ingeriram uma droga e perderam a consciência’ , acrescentou.
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